sábado, 23 de março de 2013

Os Movimentos Espíritas (ou a "Hidra de Lerna" Espírita)


Hidra de Lerna: Muitas Cabeças (Movimentos) Para Um Só Corpo (Doutrina)

 O Espiritismo, enquanto Doutrina Espírita é um só e não possui divisões. O Movimento Espírita Brasileiro (não posso falar do exterior), contudo, possui diversas divisões, frutos de interpretações e sincretismos diferenciados. Neste texto, o objetivo é nomear estes segmentos e tentar defini-los em breves palavras. Nem todos concordarão com essa divisão e novos segmentos podem ser adicionados ou retirados, conforme o caso. É preciso observar, também, que vários segmentos podem adotar as mesmas práticas.


Movimento Religioso


Origens:   A origem desse segmento está ligada ao processo de organização do Espiritismo no Brasil, ainda na década de 1870, com a fundação da Sociedade de Estudos Espíritas Deus,Cristo e Caridade (lema que até hoje figura na “bandeira” da FEB), no Rio de Janeiro. Essa vertente surgiu da divergência com outra corrente, então chamada “científica”. É o segmento mais antigo no Brasil e responde pelo maior contingente de espíritas no Brasil e estende sua influência até o exterior. Possuem mais de 10 mil grupos filiados, o que nos leva a pensar que seus membros passem de um milhão.

Bases:   Fundamentalmente, mas não necessariamente, vinculados à FEB (Federação Espírita Brasileira). Propagam que o Espiritismo possui três aspectos: científico, filosófico e religioso. Contudo, na prática, difundem um espiritismo religioso (muitas vezes os centros deixam claro em seu estatuto tratar-se de uma entidade religiosa) e possuem muita proximidade com o Catolicismo. Grande parte de seus membros são ex-católicos e é comum encontrarmos referências a santos católicos nestes centros, seja pelo nome do centro espírita, seja por quadros ou mesmo em preces (referências à Maria como “nossa mãe santíssima”, etc.). São extremamente apegados à figura de Jesus, elevando-o a condição de “Governador da Terra”.

Atividades:  Buscam, através da FEB, unificar o Movimento Espírita. Isto é, criar um “modelo de gerenciamento espírita”, de modo que os mais diversos grupos, espalhados pelo Brasil, tenham uma prática bastante semelhante. Esses grupos geralmente realizam palestras públicas (normalmente centradas no livro O Evangelho Segundo o Espiritismo), promovem trabalhos de “catecismo espírita”, chamados de Evangelização Infantil, para crianças e mocidade, para jovens. Possuem um bom trabalho de assistência material (normalmente, servindo sopa e almoço nos centros espíritas para pessoas pobres), oferecem serviços de passes, desobsessão e, em menor escala, grupos de desenvolvimento mediúnico. Os grupos de estudos, normalmente, se dão em torno dos livros de André Luiz ou numa série de apostilas intituladas ESDE (Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita).

Livros:  Embora se divulgue e incentive a leitura das obras de Kardec, este segmento valoriza a obra “O Evangelho Segundo o Espiritismo” acima de todas as demais e reforçam suas crenças através das obras do Espírito André Luiz (psicografado por Chico Xavier/Waldo Vieira) que consideram “obras complementares” às de Kardec. Esta é, possivelmente, a vertente que mais consome romances mediúnicos, tomando-os como referência, desde que sejam coerentes com os livros de Chico Xavier.

Representantes:
·         Bezerra de Menezes
·         Chico Xavier
·         Divaldo Franco



Movimento Filosófico-Religioso


 Origens:  Não há uma data precisa sobre a origem desse movimento, que se intensificou entre os anos de 1950-1970, principalmente na cidade de São Paulo. Não possuem muitos membros (talvez, no máximo, algumas centenas) e são mais frequentemente vistos na cidade do Rio de Janeiro.

Bases: Esse movimento caracteriza-se por um forte apelo à “pureza doutrinária” (isto é, conservar o Espiritismo aos moldes de Kardec) e pela crítica direta e, muitas vezes, dura, à FEB e ao Movimento Espírita Brasileiro. Consideram o Espiritismo como uma “religião, mas não uma igreja” e possuem forte tendência filosófica, além de um profundo estudo da obra de Allan Kardec e da Revista Espírita, pouco explorada em outros segmentos. Tendem a ver a obra de Kardec como inspiração Divina.

Atividades:  Palestras públicas, seminários e publicação de jornais. O trabalhado caritativo, neste seguimento, é muito diversificado .

Livros:   Todos os livros de Allan Kardec. Dois outros livros que certamente marcaram época neste seguimento, foram: Conscientização Espírita, de Gélio Lacerda e O Verbo e a Carne, de Herculano Pires e Júlio Abreu Filho.

Representantes:
·         Herculano Pires
·         Julio Abreu Filho
·         Gélio Lacerda
·         Sérgio Aleixo 


Movimento Laicista


Origens: Pode-se dizer que este movimento esteve presente desde o surgimento do Espiritismo. Contudo, ele tomou forma no ano de 1888, no congresso de Barcelona, onde o caráter Laico foi reafirmado. Na América do Sul, ele se consolida em 1946, em Bueno Aires, Argentina, com a criação da Confederação Espírita Pan-Americana, propagando uma visão “laica, progressista, humanista e livre-pensadora do Espiritismo”. Não se pode dizer sobre seu contingente na América Latina e do Sul (onde possuem representação em diversos Países, ainda que pequena, se comparada à da FEB). No Brasil, encontram-se alguns grupos principalmente nas cidades de Porto Alegre, João Pessoa e Santos, somando-se algumas centenas de membros.

Bases:   Este movimento acentua-se pelo estudo da obra de Allan Kardec (por isso, dizem-se Kardecistas, termo comum nesse segmento, ao contrário dos demais) e pela comparação com outras modalidades de pensamentos. É a vertente mais “aberta e tolerante” e com forte inclinação histórico-social e humanista. Não veem o Espiritismo como “Revelação Divina”, e sua proposta é sempre de diálogo com os diversos grupos e correntes do Espiritismo. Sua principal característica é o posicionamento laico, isto é, não religioso do Espiritismo. Sofrem forte crítica dos demais segmentos por propor que o Espiritismo deva ser atualizado perante a ciência e demais áreas do conhecimento humano, ainda que não se proponha a fazê-lo.

Atividades:  Palestras, congressos, rádio, jornais e lista de debates via internet.

Livros:  Obras de Allan Kardec.

Representantes:
·         Amalia Domingo y Soler
·         Humberto Mariotti
·         Jaci Regis

                       

Movimento Evangélico          


Origens:  Entre 1950-1970, em São Paulo, através da fundação da Escola de Aprendizes do Evangelho, cuja proposta é: “de um programa organizado para proporcionar a vivência do Cristianismo como proposta essencial de aperfeiçoamento moral da Humanidade através da Reforma Íntima do ser”. Estão concentrados na região Sudeste do Brasil e seu contingente é de alguns milhares de membros.

Bases:  Assim como o movimento religioso, o movimento evangélico (mas, não protestante) possui uma forte tendência Cristã. Seus programas de estudo visam um amplo conhecimento do Cristianismo primitivo e seus membros se caracterizam pela busca constante de melhoria moral. Estudam e incentivam o estudo das demais obras de Allan Kardec, mas tendo por foco o Evangelho.

Atividades:   Este grupo, basicamente, atua em três áreas distintas:
 a) Escola de Aprendizes do Evangelho (estudo profundo do Cristianismo em busca de desenvolvimento moral);
 b) Curso de Médiuns (famosos cursos com duração de 18 meses para formação de médiuns capacitados para o trabalho no Centro Espírita);
c) Atendimento Espiritual.

Livros:    Desenvolvimento Mediúnico (Edgar Armond), Passes e Radiações (Edgar Armond)

Representantes:
·         Edgar Armond

             

Movimento Esotérico ou Místico             


Origens: Início dos anos de 1950. O principal expoente deste movimento é o espírito Ramatís (um caso curioso, já que os outros movimentos foram iniciados por encarnados), através do médium Hercílio Maes. Juntos, produziram mais de 10 obras. Uma característica curiosa desse movimento é a falta de uniformidade. Enquanto os demais segmentos são mais ou menos homogêneos, neste há um contexto sincrético profundo e diferenciador.
Adotam, além das obras de Allan Kardec, as obras do espírito Ramatís como referência e também aspectos e ensinos das culturas Orientais e Indianas. Muitos espíritos que dão comunicações nestes grupos relatam terem vividos nessas culturas. Sofrem muito preconceito do movimento geral, que geralmente negam-lhes caráter espírita. Estão mais particularmente concentrados nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, embora haja membros em todo o Brasil. Respondem por alguns milhares de membros.

Bases:   Adotam os livros de Allan Kardec, Chico Xavier e alguns outros médiuns, mas sua fonte central de informação, normalmente, são as obras de Ramatís, além de explorarem conhecimento do Oriente e da Índia. Adotam o conceito de Karma, Chacras e terapias alternativas (apometria, cromoterapia, etc). Por conta do preconceito sofrido, muitos membros preferem denominar seus centros de “fraternidade” ou utilizar o nome “espiritualista” ao invés de espírita.

Atividades:  Foco no tratamento espiritual, através de cromoterapia, terapia Prânica, Desobsessão, fitoterapia (às vezes, homeopatia via receituário mediúnico), etc.

Livros:  Todas as obras de Allan Kardec. Todas as obras de Ramatís, através dos mais diversos médiuns. Alguns livros de Edgar Armond.

Representantes:
·         Hercilio Maes
·         Wagner Borges

                                                                      Movimento Ortodoxo


 Origens:   Este é o mais novo dos movimentos espíritas e sua principal característica é a ortodoxia. Seu surgimento se deu através da rede social Orkut entre os anos de 2004 e 2008. Atualmente, preferem não mais utilizar o termo “ortodoxo”, apesar de o terem feito inicialmente. Seus membros estão por todo o Brasil, apesar de somarem-se apenas algumas centenas.

Bases: Exclusivamente os livros de Allan Kardec. Buscam resgatar o caráter científico-filosófico do Espiritismo, posicionando-o como uma “ciência aplicada” no cotidiano. Outra característica desse segmento é o profundo desdenho com o diferente. Normalmente, seus membros não aceitam a opinião de outros segmentos, que sempre rotulam como errôneas interpretações das obras de Allan Kardec.

Atividades:  Quase todas se limitam às redes sociais Orkut e Facebook, onde discutem os mais diversos temas através de fóruns.

Livros:   Todos os livros de Allan Kardec.

Representantes: Este segmento não possui representantes de grande abrangência.

                                                                              Movimento Universalista


Origens: Não há uma data específica sobre o surgimento deste movimento. Ele parece existir desde o princípio do Espiritismo no Brasil e tem se intensificado nos últimos anos. Seu contingente atinge alguns milhares de espíritas, por todo o Brasil.

Bases:   Uma das características desse movimento é o sincretismo religioso. Adotam influências das mais diversas correntes do pensamento humano (catolicismo, protestante, budista, indiana, hindu, afro, indígena, conceitos da física quântica, etc). São muito próximos, em termos de identidade ao movimento esotérico. Contudo, diferenciam-se ao propor um diálogo religioso universalista (e agregacionista) em termos de Espiritismo.
Adotam as obras de Allan Kardec e quaisquer outras, desde que sejam obras que demonstrem amor e boa-vontade. Seus membros mostram-se pessoas muito afetivas e absorvem influência de todos os credos. Costumam dizer que o que importa é o amor, e veem as demais religiões como boas, desde que ajudem seus membros a se tornarem pessoas melhores. Uma curiosidade sobre este segmento é que dificilmente ele se consolida em grupos e, quando o faz, geralmente são isolados, são mais facilmente encontrados entre outros segmentos.

Atividades: Sem descrição de atividades.

Livros:  Todo livro espírita e espiritualista.

Representantes:
·         Benjamin Teixeira

                                                                               Movimento “Daimista”


Origens:   Entre 1940-1960. Este segmento é o que menos possui relação direta com o Espiritismo, muito embora adotem o termo “espírita” em suas casas e encontros. Basicamente se divide em duas ramificações, sendo a “Barquinha”, fundada na década de 1940 e a “União doVegetal“, fundada na década de 1960. Cada uma com suas particularidades doutrinárias.

 Bases: Ao contrário dos demais segmentos que buscam fundamentar suas práticas em autores consagrados, este segmento defende a busca do ser humano pelo autoconhecimento através de si mesmo, possuem muita proximidade com as crenças Indígenas. Fazem uso de uma bebida enteógena ou alucinógena (conforme se entenda), chamada Ayahuasca ou “daime”, como é popularmente conhecida. Estes grupos, normalmente, se formam nas matas ou regiões verdes, distantes dos centros urbanos. Seu contingente é de alguns milhares de membros que podem ser encontrados em todo o Brasil, com maior concentração na região Norte. Por fazer uso dessa substância, que, segundo os membros, facilitam a expansão da consciência, não são considerados como espíritas por grade parte do movimento espírita organizado. Alguns adeptos também preferem não se identificar como espíritas.
Atividades:   Reúnem-se semanalmente ou quinzenalmente para promover palestras ou uso do chá em atividades que podem durar longas horas e trabalhados caritativos.

Livros:    Não há uma base doutrinária, apesar de estudarem obras que abordem a prática do “daime”.

Representantes:
·         Mestre Gabriel
·         Daniel Pereira de Mattos

                                                                      Movimento Livre-Pensador


Origens:   Não há uma data específica. Este movimento existe desde o surgimento do Espiritismo. Atualmente, seus membros encontram-se espelhados por outros segmentos, embora grade parte não atue em um centro espírita institucionalizado. Seu contingente é de algumas centenas.

 Bases:  Este segmento adota as obras de Allan Kardec como base e, sobre ela, fazem seus estudos e críticas. Sua principal característica é a criticidade e contextualização das obras de Allan Kardec. São vistos, pelos demais movimentos, como polêmicos, uma vez que seu posicionamento crítico pode gerar incômodos, especialmente quando analisados de um ponto de vista histórico-social. A leitura das obras de Allan Kardec, neste segmento, não é feita de forma científica, filosófica ou religiosa. Geralmente, seus membros veem o Espiritismo como fruto de uma época em que pesava as influências cartesianistas e positivistas do século XIX e sua adesão ao Espiritismo é, simplesmente, uma afinidade de pensamentos. Normalmente também não aceitam a opinião que diz ser o Espiritismo o consolador prometido por Jesus ou terceira revelação, pois entendem que tal postura é excludente.

Atividades:    Quando participantes de um centro espírita, estão mais ligados a organização de estudos ou palestras, embora também estejam presentes em outras atividades. Uma grande parte desses membros atua pela internet, seja através das redes sociais, blogs, fóruns, etc. Possuem muita semelhança com o movimento laico.

Livros:     Todas as obras de Allan Kardec, livros científicos em geral e, eventualmente, algum romance.

Representantes: Este segmento não possui representantes de grande abrangência

                                                                                                                  Movimento Científico                        


Origens:  Pode-se dizer que este movimento iniciou-se com Kardec, pois pretendia, com o Espiritismo, formar uma nova ciência (como posteriormente se tentou com a metapsíquica, e depois com parapsicologia). Este movimento surge da cisão com um movimento religioso que se formava ainda quando Kardec estava vivo, na França. Atualmente, não há registro da existência desse movimento, sendo praticamente extinto.

 Bases:   Este movimento adotava como base doutrinária os livros de Allan Kardec, mas buscavam ler estas obras com viés científico. Tentavam, de todas as formas, evidenciar a existência dos “fenômenos espíritas” através de experimentações científicas. Foram muito populares no fim do século XIX e início do século XX. Contudo, os resultados produzidos eram, quase sempre, pequenos e com frequência descobriam-se fraudes, o que ajudou a enfraquece essa corrente.
Por volta da década de 1860, quando se começou a criar grupos espíritas com certa regularidade no Brasil, havia uma tensão muito grande entre grupos de cunho religioso e grupos de cunho científico, o que frequentemente culminava em cisões que originavam outros grupos. Os espíritas de cunho religioso, até mesmo pelo contexto cultural-religioso do Brasil, terminaram se tornar maioria e hoje praticamente não existe mais o movimento científico do Espiritismo.
 Obs.: Existem alguns poucos pesquisadores que tratam do espiritismo como objeto de ciência. Geralmente, de cunho histórico-social. Contudo, estes pesquisadores, normalmente, estão inseridos em alguns dos outros segmentos, não formando, até o momento, um segmento científico próprio.

Atividades:     Sem atividades atualmente.

Livros:      Obras de Allan Kardec de livros científicos em geral.

Representantes:
·         Ernesto Bozzano
·         Camille Flamarion
·         Alexander Aksakof


                               
                               

                               

                                

terça-feira, 19 de março de 2013

CUEE e Lógica Versus Fantasias e Mentiras



Artigo publicado originariamente no blog REPUBLICA DOS ESPIRITOS.


Muito tem se debatido sobre a validade e sobre a eficácia do O Controle Universal do Ensino dos Espíritos que esta, na introdução do Evangelho Segundo o Espiritismo no item II, e na Revista Espírita, abril de 1864.

A análise será feita pelo Jorge Murta editor do site espiritismo com profundidade e pelo Francisco de Assis editor do site República dos Espíritos. 

Francisco de Assis – Bem gostaria de iniciar a minha participação, afirmando que aquele que realmente respeita a memoria do médium Chico Xavier e sua história não deveria fazer outra coisa do que jogar no lixo este relato que querem atribuir a Chico Xavier.

Chico jamais escreveu algum livro sobre esta questão, porem agora depois de desencarnado todo o tipo de história estapafúrdia e sem pé e sem cabeça brotam como ervas daninha em cada esquina, e os seus admiradores que deveriam repudiar tais relatos aplaudem jogando lixo na memoria de Chico Xavier. 

Jorge Murta – Sabemos, para iniciar, que Kardec classificou os espíritas em alguns tipos: imperfeitos; experimentadores; verdadeiros e exaltados, além de um quinto tipo, os espíritas sem o saber. E parece que Geraldinho, que se diz tão amigo que foi de Chico, quer aumentar o numero dos que consideram o médium mineiro um espírita exaltado, ou seja, que diz as coisas mais estapafúrdias em nome da doutrina, submetendo-a ao escárnio e junto com ela, também os espiritas sérios.

Vamos a analise a minha ficara em verde a do Jorge em laranja.

Por Geraldo Lemos Neto, 31 de Março de 2012 Há muito que tencionava relatar este caso de nossas conversas com o Chico, e que não vi ninguém mais registrar até agora. 

(...) Chico Xavier inclusive nos contou que já havia estado com visitantes de outros orbes, e ao expressar a ele a minha vontade de também um dia vir a conhecê-los ele foi enfático: "Você deve ter muito cuidado Geraldinho, porque embora a maioria das civilizações que já desvendaram os segredos das viagens interplanetárias serem de grande evolução espiritual e votadas ao Bem e à Fraternidade Geral, há também aqueles outros que somente se desenvolveram no campo da técnica, enregelando sentimentos mais nobres no coração. Representantes dessa outra turma também têm nos visitado, mas com objetivos escusos..." "Para eles nós somos tão atrasados que eles não prestam nenhuma atenção às nossas necessidades e sentimentos. São eles que raptam pessoas e animais para experiências horrorosas em suas naves. Quanto a esta turma nós devemos ter muito cuidado.”. 

Francisco de Assis – Bem qual orientação que ESE oferece a este respeito quando defrontado com uma mensagem? 

“O primeiro exame comprovativo é, pois, sem contradita, o da RAZÃO, ao qual cumpre se submeta, se exceção, tudo que venha dos espíritos”.

E o que diz o Livro dos Médiuns?

“Porém, nunca”. o repetirei demasiado, não aceiteis coisa alguma às cegas. Seja cada fato submetido a um exame minucioso, aprofundado e severo (Cap. v item 98).

Bem dito isso é bom lembrar que a doutrina espirita ensina que estamos aqui para evoluir segundo as leis da reencarnação, portanto não é racional imaginar que espíritos que sejam mais atrasados tenham veículos que consigam chegar ao nosso planeta se nós não temos estes veículos. Também seria prudente analisar outra questão que é, tudo que esta no universo é criação de Deus, portanto os ditos ETs nada mais são do que nossos irmãos porque não saberiam qual nossa condição?

Jorge Murta – Este relato, seja atribuído a Chico, ou seja, atribuído a Geraldinho, fere o principio da “única garantia séria”, a do Controle Universal dos Ensinos dos Espíritos, ou seja, “Uma só garantia séria existe para o ensino dos Espíritos: a concordância que haja entre as revelações que eles façam espontaneamente, servindo-se de grande número de médiuns estranhos uns aos outros.”.

Ora, a definição contida no ESE não fala que o controle universal seria garantido pela “revelação” dada por um ÚNICO MEDIUM e ENCARNADO de boca a ouvido, ou seja, onde estão os vários espíritos, os diversos médiuns que não se conhecem de diversos pontos do planeta com as mesmas informações concordantes? 

“Uma vez eu estava indo de Uberaba a Franca e Ribeirão Preto para visitar a irmã de Vivaldo, Eliana, que havia passado por uma cirurgia no coração nesta última cidade”. Dr. Elias Barbosa foi dirigindo o automóvel na companhia de Vivaldo e eu, que fiquei no banco de trás. Pois bem, íamos lá pelas 3 horas da manhã, na madrugada, para evitar o trânsito, e a meio caminho uma luz meio baça, na cor alaranjada envolveu o automóvel e passou a segui-lo. Dr. Elias achou por bem encostar o carro e esperamos os três para ver o que ia acontecer. Intuitivamente comecei a orar, pedindo aos amigos que me acompanhassem na prece.

O espírito de Emmanuel se fez presente e nos solicitou redobrada vigilância. A nave apareceu (...). Depois o veículo interplanetário elevou-se do solo e eu vi perfeitamente uma vaca sendo levada até o seu interior como se levitasse até lá. Em seguida a nave desapareceu de nossas vistas com velocidade espantosa. “O espírito de Emmanuel me revelou então que estes irmãos infelizmente não eram vinculados ao Bem e ao Amor, eram sociedades que pilhavam planetas em busca de experiências genéticas estranhas”. 

Francisco de Assis – Bem segundo este relato, podemos chegar a seguinte conclusão que a terra esta sujeita a piratas espaciais, que pululam entre os planetas saqueando e fazendo bandalheiras o que é totalmente incompatível com as Leis da Natureza. Tudo tem regras e lei, mas segundo Emmanuel isto não ocorre por aqui, hora como afirmei no inicio aquelas pessoas que cultuam Chico Xavier fazem um desserviço a sua memória dando credito a uma bandalheira deste naipe.

 Jorge Murta – Seres alienígenas voltados pro mal. Não que não possam existir, mas como o Francisco já disse, é irracional imaginar que espíritos que sejam mais atrasados tenham veículos que consigam chegar ao nosso planeta para fazer esta ou aquela pilhagem. Isso me lembra do filme “V-A Batalha Final” com alienígenas com cara de reptilianos infiltrados entre nós ou então o filme “Independence Day” em que a Terra é invadida por aliens. Mas, uma coisa é ficção cientifica em Hollywood, lazer, diversão, nascida da mente de roteiristas; outra coisa é ficção chiquistica, nascida da mente, ou mentes, de pessoas... – ah! A caridade me impede de ser mais claro... – digamos inventivas demais.

Não contive a pergunta: Mas eles são minoria não é Chico? E como serão os alienígenas bonzinhos? Ao que ele me respondeu: “Ah”! São magníficos! (...) São de uma bondade extraordinária e protegem a civilização terrena assumindo um compromisso com Jesus de nos guiar para o Bem. Um dia, Geraldinho, que não vai longe, eles terão permissão do Cristo para se apresentarem a nós à luz do dia, trazendo-nos avanços tecnológicos, médicos e científicos nunca dantes imaginados.

Francisco de Assis – Agora veja que aqui já temos a primeira contradição, pois primeiro estamos à mercê da pirataria alienígena e em outra temos os alienígenas que protegem a terra, basta ver que é a mesma visão tosca que os filmes apresentam do alienígena bom e ruim, O que como foi dito não fecha com as leis da evolução e da natureza.

Zé Preguiça foi visto na calçada de casa, procurando algo no chão:
- O que tanto faz aí, Zé Preguiça? Perguntou o vizinho.
- Procuro uma chave. Respondeu.
O vizinho começou a ajudar e depois de um tempo, ele perguntou:
- Zé Preguiça, você tem certeza que perdeu a chave aqui?
- Não. Perdi dentro de casa.
- Então, por que estamos procurando aqui?
- “Porque aqui tem mais luz.”

Muita gente tem medo de "iluminar" o interior da própria casa...
Isto requer revolução interior.

Ou seja, este é o problema da grande maioria, que tem preguiça de analisar, ele olha o nome do médium, e pensa: “ah, tá foi o fulano que disse, então deve ser verdade, pois fulano é da mais alta moral”, como se moral fosse sinônimo de conhecimento e lógica. Mas, não são fora os aproveitadores que sabendo disso colocam palavras na boca daqueles que já não podem dizer se defender.

Jorge Murta – E Chico cita de novo Jesus. Jesus virou sindico até de relações exteriores interplanetárias, pois é ele, diz Chico, que irá permitir que os aliens bonzinhos interagissem conosco dando-nos avanços tecnológicos, médicos e científicos nunca dantes imaginados, ou seja, a lei do progresso agora será terceirizada, ou seja, somos incapazes de por nossa própria evolução galgar os degraus do progresso e passamos a depender da caridade (Chico adora isso) alienígena.

Onde estaria o espírito de Hitler? Chico então me contou uma história muito interessante. Segundo ele, imediatamente após a sua desencarnação, o espírito de Hitler recebeu das Altas Esferas uma sentença de ficarem 1.000 anos terrestres em regime de solitária numa prisão espiritual situada no planeta Plutão. Durante este período de 10 séculos terrestres em absoluta solidão ele seria chamado a meditar mais profundamente sobre os enganos cometidos e então teria nova chance de recomeçar na estrada evolutiva. "Quando o espírito de Gandhi desencarnou, prosseguiu o Chico, e ascendeu aos Planos Mais Altos da Terra pela iluminação natural de sua bondade característica, ao saber do triste destino do algoz da humanidade na II Grande Guerra Mundial, solicitou uma audiência com Jesus Cristo, o Governador Espiritual da Terra, e pediu ao Cristo a possibilidade de guiar o espírito de Hitler para o Bem, o Amor e a Verdade. Sensibilizado pelo sacrifício de Gandhi, Nosso Senhor autorizou-o na difícil tarefa e desde então temos Gandhi como dos poucos que se aproximam do espírito de Hitler com compaixão e amor”.

Francisco de Assis – Os princípios fundamentais do espiritismo são:
Existência de Deus e da alma (imortalidade); lei da reencarnação, espírito assume sucessivas formas materiais para aperfeiçoar-se; e lei de causa e efeito, lei do progresso, o destino de cada espírito é traçado pelos atos praticados em suas sucessivas vidas terrenos.

Memória dos registros das vidas passadas

Vemos então que Hitler segundo esta informação vai perder 10 séculos, sem evoluir, isto é justiça? Como avaliar se a maioria dos que morreram sobre sua ira não escolheram esta morte para efeito de prova?
Esta visão não é de que conhece a doutrina e sim de quem faz elucubrações particulares, pois ninguém tem a capacidade de avaliar o que Hitler fez.

Che Guevara junto aos seus ídolos Lênin, Stalin, Mao e companhia, Che contribuiu para a construção do regime que mais matou pessoas em toda a história, o chamado "socialismo real", responsável por mais de 100 milhões de mortos.

Perto deste numero Hitler foi uma moça, pois matou seis milhões.

Onde estaria então os outros e porque não se fala neles, se estamos falando de informações privilegiadas do plano espiritual a verdade deveria vir à tona.

Jorge Murta – Embora Hitler esteja longe de ser um santo, 10 séculos é uma pena antecipada grande demais, o que me faz perguntar: Hitler abriu os “Exilados da Terra?” E em Plutão que nem mais planeta é? E sim planeta-anão. Essa pena, eu dirá bem olimpiana, pois o Jesus chíquico mais parece um Zeus no Monte Olimpo, pois decide tudo sobre o destino de todo mundo, até dos aliens, já teria batido o martelo e decidido que antes de 10 séculos, Hitler não progrediria. Alias. Chico pensou que Jesus é personagem meramente terrena, da historia da Terra e que em outros orbes ele, Jesus, pode nem ser conhecido? Que em outros planetas nunca existiu um Cristo ou crucifixo ou Evangelho?

Então Chico, o Planeta Plutão é um planeta penitenciário? E ele me respondeu: “É sim, Geraldinho”. Em nosso Sistema Solar, temos penitenciárias espirituais em Plutão, em Mercúrio e na nossa Lua terrena. Eu soube, por exemplo, que o espírito de Lampião está preso na Lua.

É por isso que alguns astronautas que lá pisaram, sentindo talvez um frio na alma, voltaram à Terra meio desorientados e tristes. Soube de um até que se tornou religioso depois de estar por lá! 

Francisco de Assis – No mundo espiritual, nem tudo que reluz é ouro. As percepções constituem muitas vezes, a materialização do lixo atômico individual de cada essência e ou do conjunto delas.

Os espíritos superiores não nos passaram meias verdades!

Ainda não apareceu um autor, uma obra que completasse a Doutrina espírita, temos sim obras bem intencionadas que no máximo servem como estudo de casos para ilustras pontos fundamentais da Doutrina, agora debater que tal obra completa, isso esta longe de ocorrer.

No máximo as obras atuais podem levar a uma reflexão nada mais do que isso.
Pois é preciso dentre o destas historia existir logica e coerência para se considera com racionais, ou para passar pelo crivo da razão. 

A estrutura lógica não é um fato diretamente observável. 

Pode-se concebê-la como um conjunto de operações possíveis ou virtuais que o individuo é suscetível de manipular na presença de uma situação dada. 

Vamos imaginar que para que se possa erguer o edifício da lógica, precisamos de tijolos estes tijolos são nossas argumentações que tem que ter certa coerência lógica. 

Cada tijolo ou argumentação forma uma posterior que tem um valor informativo para o individuo. A partir da sequência, o individuo tira uma conclusão provisória coloca uma hipótese e escolhe a sequência seguinte que deve encadear-se logicamente.

Se retirarmos um destes tijolos ou se um deles não for coerente todo o edifício acaba por cair por cima de nossas cabeças. 

Conclusão os relatos apresentados, não apresentam esta coerência é assim que se aplica o CUEE, não é preciso 100 espíritos repetir esta mesma bandalheira para se souber que isto não tem lógica. Os defensores do tal sincretismo religioso deveria responder o seguinte.

Alguém já viu sincretismo no meio evangélico?
Evangélico acendendo vela, por exemplo?
Alguém já viu sincretismo no meio católico?
Católico que não acredita em santo?
Alguém já viu sincretismo na umbanda?
Umbandista que não faz oferenda?

Jorge Murta – Chico só existiu porque teve quem cresse nele e crer nele não é nenhuma garantia de que os que creram eram racionais, lógicos e de bom senso. Alguns eram ilógicos e outros eram mal intencionados mesmo. Alguns creram por que Chico falou e isso para eles basta, erradamente basta e já merece a um bom tempo um BASTA. Vejo espiritas defenderem o chiquismo, o armondismo, o ramatisismo, o andreluizismo, o divinismo, o emmanuelismo, o joannismo, o divaldismo, etc. sobre o argumento de que é tudo espiritismo. Não, não é.

Espiritismo é a doutrina codificada por Kardec e com já dito pelo próprio apenas uma garantia séria ele tem: o CUEE e não a opinião pessoal de um só médium ou de alguns poucos espíritas que se deixam mistificar mistificando. Mas não basta só haver, hoje em dia, o CUEE, é preciso que se analise filosófica, lógica e racionalmente e por que não, cientificamente, os dados obtidos.