quinta-feira, 16 de maio de 2013

Carta Aberta de Alamar Régis Ao Presidente da FEB



Alamar Régis de Carvalho

Pode-se discordar de Alamar Regis em vários posicionamentos que ele adota em face da doutrina, porém o que não se pode negar é a coragem dele ao falar em defesa do espiritismo não religioso e contra determinadas posturas hipócritas do movimento espírita em geral. E a indignação de Alamar se panteteia nessa carta aberta que escreveu ao presidente da FEB, na época o Nestor João Massoti.
                          
                           Em seguida, ele recebe uma resposta do novo presidente da FEB, o Cesar Perri de Carvalho, com quem troca algumas correspondências, sempre mantendo o mesmo tom, cordial, porém incisivo e direto.

Publicamos a seguir as cartas, pois apesar de eu ter algumas discordâncias de Alamar, julgo que as cartas dele falam a verdade, de um modo geral e falar a verdade, doa a quem doer, é algo que falta ao movimento.
                          

Carta aberta ao presidente da FEB

De: Alamar Régis Carvalho
Ao: Ilmo. Sr. Nestor João Masotti

DD Presidente da Federação Espírita Brasileira

Carta aberta

 “O futuro do Espiritismo será aquilo que os homens fizerem dele”.

Prezado amigo Nestor:

Envio-lhe esta carta aberta, não no sentido de pedir providências à FEB, porque sei muito bem do seu papel e da sua posição em relação ao movimento espírita. Não tem objetivo,também, de denunciar, de queixar, de desabafar e muito menos de descarregar qualquer sentimento contra quem quer que seja, em absoluto. Objetiva-se, apenas, a convidar o amigo, bem como as instituições as quais dirige, tanto em nível nacional quanto internacional, a uma reflexão em cima do que aqui é colocado, partindo do princípio de que a sua liderança em relação a maior parte das instituições espíritas do Brasil e do Exterior é algo que, embora tenha também contraditores e detratores, possa ser ouvida com mais atenção, sobretudo pela figura do “dirigente de instituição espírita”.

Em 1998, em Lisboa, Portugal, por ocasião do 2º Congresso Mundial de Espiritismo, eu conversava longamente com esse amigo, sugerindo que nos congressos, seminários e fóruns espíritas bem como nas reuniões anuais do Conselho Federativo Nacional da FEB,fossem abertos espaços especiais para tratarem de algo muito sério que está afetando gravemente o desenvolvimento do Espiritismo no Brasil e no mundo, que é a relação entre os espíritas.

Acontece que toda vez que se fala nisto, Nestor, sempre aparecem companheiros espíritas muito bonzinhos e altamente evoluídos espiritualmente para, na tradicional fala mansa,orientarem com os seus conselhos altamente fraternos e equilibrados:

- “Meu irmão, esqueça essas coisas! Faça o seu trabalho e siga em frente. Não dê importância às coisas negativas, vivemos em um mundo rodeado de irmãos com as suas imperfeições naturais e temos que compreendê-los”.

Sem dúvida alguma, é muito bonito e evoluído este tipo de orientação, bem ao estilo dos espíritos mais avançados que se comunicam conosco nas reuniões mediúnicas.

Todavia companheiro, já imaginou se nos Congressos de Medicina, nas suas mais diversificadas especialidades, os profissionais da área de saúde se omitissem e falar sobre as composições químicas mal sucedidas no tratamento das enfermidades, as fórmulas que foram criadas para curar determinado mal mas trouxeram efeitos colaterais terríveis causando mais danos à saúde do paciente que aquele que originou a ingestão do remédio?Já imaginou se os médicos, farmacêuticos e bioquímicos se omitissem a falar sobre os problemas da infecção hospitalar, as contaminações levadas às enfermarias pelos próprios parentes visitantes do enfermo e tantos outros males que prejudicam a nobre missão decurar que os médicos são envolvidos?

Já imaginou, Nestor, se eles também utilizassem desta argumentação de que não devemos perder tempo e nos preocupar com as coisas ruins e se deixassem levar apenas pela empolgação e o otimismo exagerado falando somente das novas descobertas laboratoriais,dos novos medicamentos e de novos projetos dali para a frente?

Já imaginou se os congressos de Engenharia Civil tratassem apenas dos novos impermeabilizantes que surgiram para evitar infiltrações nas lajes, nas vigas e nas colunas,bem como das novas técnicas de cálculo estrutural e das novas opções que existem para as construções de pontes, viadutos e prédios omitindo-se a discutir as causas dos desabamentos, das infiltrações, do enferrujamento dos ferros, sob a argumentação de quenão devemos nos preocupar com as coisas ruins?

Os exemplos são inúmeros, amigo Nestor, e o bom senso recomenda que este missivista deva ser ouvido nestas reflexões.

O movimento espírita está doente, Nestor Masotti, há muito tempo, desde os tempos de Allan Kardec, e está precisando de um tratamento muito sério, em nível de UTI.

Sei que alguns desses bonzinhos, que parecem já residir no Ministério da União Divina,vizinhos ao Clarêncio, alimentando este espírito de omissão, vão logo dizer que quem está precisando de tratamento é este que lhe escreve, porque, lamentavelmente, o nosso movimento está cheio de evolução de fachada, está cheio de mentores encarnados que parecem... apenas parecem... viverem neste mundo de provações absolutamente imunes às suas imperfeições.Sei, também, que vão dizer que o Alamar está escrevendo esta carta aberta movido por uma emoção momentânea, porque acaba de colocar no ar uma Rede de Televisão Espírita,mais uma vez pioneiro no mundo (acho que é isto o que mais incomoda), e está inconformado com a frieza, a indiferença, o descaso, a omissão e a falta de educação domovimento espírita, sobretudo, daqueles que mais deveriam, no mínimo, escreverem umacarta pelo menos pedindo explicações sobre a sua proposta, sobre os seus ideais e os seusobjetivos.

Há muitos que, para justificarem essa sua omissão, frieza e insensibilidade humana, já que querem sempre se postarem como bonzinhos e justos, afirmam que o problema é o Alamar,está com o Alamar, reside apenas no Alamar...

Até que poderia ser, Nestor, e eu tenho consciência disto. Poderia ser que o tal Alamar fosse um político partidário disposto a criar um veículo de comunicações para se autopromover visando vantagens eleitoreiras. Poderia ser o Alamar um traficante de drogas,criando um meio de realizar lavagem de dinheiro. Poderia ser o Alamar um bandido cheio de crimes, corrupções , assassinatos e delitos sob as costas, querendo, com o uso da televisão, cobrir a sua mancha negra com a imagem de bom moço.

Analisemos, sim, estes aspectos, porque afinal de contas fazemos parte de uma doutrina que nos convida sempre à racionalidade, à pesquisa, ao estudo profundo das coisas, sem esquecermos que ela nos convida também à honestidade e ao bom caráter.

Todavia, convidemo-nos a um momento de reflexão, para vermos se tem fundamento mesmo esta justificativa:

Quando o Dr. Bezerra de Menezes foi acusado pelas maiores lideranças espíritas de ser um oportunista, mal intencionado, que queria se promover politicamente às custas dos espíritas, ao assumir a Presidência da FEB, será que o problema já era do Alamar? (hoje canonizaram e santificaram o Dr. Bezerra, mas no passado trataram-no com toda crueldade).

Quando o Deolindo Amorim foi acusado de presunçoso, vaidoso e orgulhoso, que queria auto proclamar-se um homem culto, no momento em que propunha a criação do Instituto de Cultura Espírita do Brasil, será que o problema era do Alamar?

Quando Leopoldo Machado, empolgado e feliz com as boas novas do Pacto Áureo, resolveu viajar o País inteiro, pelas asas da Real e do Loyd Aéreo, às suas custas, divulgando o Pacto nos diversos Estados, foi acusado pelos espíritas de desviar dinheiro do centro espírita para pagar as caras passagens aéreas, e até recebeu o debochado e humilhante apelido de “o pato aéreo”, será que a origem foi o Alamar?

Os motivos que levaram o Chico Xavier a romper com a FEB, em 1969, muito triste e até irritado (isto mesmo, o Chico Xavier profundamente irritado, quase tendo um infarto), não lhe dando mais direitos sobre as publicações dos seus livros, motivos estes que eu conheço muito bem, tiveram origem no Alamar?

As acusações que os espíritas faziam ao Cairbar Schutel, quando ele resolveu utilizar o rádio para divulgar a Doutrina Espírita, em Matão, sob o ridículo achismo de que ele estava “querendo aparecer” e usando o rádio também para suas promoções políticas às custas da doutrina, também tiveram origem no Alamar?

O próprio Allan Kardec, que foi também caluniado, injuriado, humilhado e agredido pelos espíritas que, inclusive, utilizavam-se de argumentos que ele comprava, com dinheiro do Espiritismo, todas as pessoas que se dispusessem a falar a seu favor e em sua defesa,conforme está registrado em “Obras Póstumas”, esta obra extraordinária que é omitida na maioria dos Centros Espíritas, inclusive desconhecida por 92% dos espíritas, principalmente os dirigentes de instituições. Será que a causa é mesmo o Alamar?

O Paulo Daltro desencarnou recentemente em Goiânia, absolutamente abandonado pelos espíritas que não deram o menor apoio à sua “Revista Espírita Allan Kardec”, que foi mantida às custas do seu trabalho profissional como odontólogo, sendo obrigado a atender pacientes até altas horas da noite, inclusive nos sábados e domingos, para conseguir mais dinheiro para manter a obra, que nunca sensibilizou a indiferença espírita. Será que o motivo é mesmo o Alamar?

Allan Bispo, cineasta do mais alto nível, no Rio de Janeiro produziu o filme "Suicídio Nunca",com atores da Rede Globo, como Carlos Vereza, Oton Bastos, Alcione Mazzeo, Monique Lafond e Renato Prieto, da mais alta qualidade, um dos mais belos trabalhos que já se fez neste País, de altíssimo interesse do Espiritismo, além de outros filmes que ele fez, visando prevenir as pessoas contra o aborto, tudo com recursos próprios. Sabe qual foi a reação do movimento espírita, Nestor? frieza, insensibilidade e indiferença. Ninguém lhe deu apoio nenhum, ninguém o recebe, ninguém incentiva. Será o Alamar o culpado?

Recentemente vimos outro companheiro de ideal, o Aluney Elffer, que a partir de Manaus levou um programa de divulgação do Espiritismo para todo o Brasil, pela mesma EMBRATEL, homem bom, excelente pai e marido, honesto, conduta ilibada, altamente disciplinado, vestindo paletós e gravatas em cores sóbrias, falando manso no formato como gostam os líderes do movimento espírita, sem dar respostas enérgicas a ninguém, sem responder às canalhices dos padres Quevedo e Jonas Abib, como responde o Alamar, sem fazer brincadeiras e nem manifestar-se com bom humor no vídeo como faz o Alamar, no entanto foi também tratado por este mesmo movimento espírita com toda frieza,indiferença, descaso, crueldade, acusações, omissão e falta de educação. Ele nunca recebeu uma correspondência, sequer, de Federação Espírita Brasileira. Em evento promovido pela Federação Espírita do seu estado, ele nem era convidado. Recebeu o que podemos chamar de absoluto “gelo” e indiferença, o que o obrigou a falir, retirando o seu programa do ar.Será que o problema está mesmo no Alamar?No início deste ano um violentíssimo míssil foi lançado, através do programa mais poderoso da televisão brasileira, o Fantástico, da Rede Globo, contra o nosso querido Divaldo Franco,com objetivos de acabar de uma vez por todas com a sua imagem, destruindo todo o conceito positivo que ele construiu junto a milhões de pessoas no Brasil e no mundo. A autoria do “nobre” feito não foi de protestantes não, Nestor, e nem de Católicos radicais,partiu dos próprios espíritas!!! Será que o problema está mesmo no Alamar?

E tem mais: estes mesmos continuaram, por um bom tempo, a mandar “dossiês” para a Globo contra o nosso maior orador e ela que se recusou a colocar no ar mais coisas contra o Divaldo.

Perguntemos por que o notável, respeitável, digno, competente, íntegro e honrado Hermínio Correa de Miranda não quer nem ouvir falar em movimento espírita?Perguntemos por que um dos nomes mais respeitáveis do Espiritismo brasileiro no mundo,Dr. Hernani Guimarães Andrade, citado em livros de mais de 130 cientistas do planeta, em inúmeros conversas longas com o Alamar, no seu bom humor e na paz de espírito quesempre lhe foi peculiar, toda vez que era convidado a falarmos sobre o assunto “movimento espírita”, sempre me interrompia dizendo: “Alamar, nós temos tantas coisas boas aconversar, tantas boas idéias a trocar, por que vamos perder tempo em falar sobre algo tãoinútil e desagradável?”. Será que o problema é mesmo o Alamar?

Vejamos os lamentáveis ocorridos, recentemente, na histórica Federação Espírita do Estadode São Paulo, o mais importante estado do País, uma instituição que recebe uma média de300 mil pessoas por mês em suas dependências, bem como a sua “saudável” relação com a União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, que você conhece muito bem. Oque o Alamar tem a ver com isto?

Veja a cachorrada bem recente que fizeram com o Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, que por pouco não deu em escândalo na polícia e nos veículos de comunicação de massa, se tem cabimento. Será que a culpa é do Alamar?

Não existe uma cidade sequer neste País, Nestor Masotti, que tenha alguma personalidade do espiritismo regional, que realizara algo de destaque e de notável pelo Espiritismo, que não tenha sido agredida de uma maneira ou de outra pelos espíritas locais. Se quiser comprovar o que estou dizendo, faça uma pesquisa, converse com pessoas, pessoalmente,por telefone ou pelos meios da Internet, como eu faço e você registrará. Será que o problema está mesmo no Alamar?

Quando eu cheguei para instalar-me em São Paulo, recebi visitas de elementos emissários da grande instituição espírita “A”, questionando-me:- “Alamar, nós apostamos e queremos dar total apoio ao seu projeto, temos as melhores condições de lhe ajudar a colocar esta televisão no ar, mas você terá que se definir de que lado você vai ficar...”.

Tempos depois, visitaram-me elementos que se diziam emissários da instituição “B”, que me fizeram a mesma proposta. Eu teria que optar se o meu projeto ficaria ao lado dela ou do grupo da instituição “A”.

Eu teria que ser partidário, Nestor! teria que entrar nas picuinhas, nas “sem vergonhices” e nos ódios eternos de determinados espíritas, mas recusei-me.

Disse a ambas que eu preferiria ficar ao lado do Espiritismo e colocar o meu instrumento de comunicação a disposição da instituição “A”, como também da “B”, ou da “X”, da “Y” e de todo o movimento espírita como um todo.

Nem uma nem outra me deu apoio, por causa desta minha decisão.

Os exemplos são inúmeros, que alongaria em muito este meu manifesto, porque ocuparia algumas dezenas de páginas desta carta que estou lhe escrevendo e talvez até ficaria cansativo ao leitor, mais do que já está. Dá um livro, Nestor.

É por isto que sugiro que os Congressos, Seminários e Fóruns Espíritas abram espaço para discutirem estes assuntos, porque chega de hipocrisia, de falso moralismo e mania de ostentação de uma evolução espiritual que nós, do movimento espírita, não temos.Até quando esta pouca vergonha e esta imoralidade espiritual vai permanecer contaminando o Espiritismo? Será que não compete aos próprios espíritas tentarem encontrar uma solução para pelo menos amenizar este problema?

O problema atual

Acabo de colocar no ar, no último dia 11 de novembro, a Rede Visão de TV, um canal de televisão que está funcionando 24 horas no ar, com imagem em qualidade de DVD, som da melhor qualidade, e chegando não apenas no Brasil como em toda a América do Sul e parte do Caribe.

Não pedi nada para a FEB, para as Federações Estaduais, para editora espírita nenhuma e para ninguém, a não ser para o próprio público que foi criado, naturalmente, ao longo destes anos, pessoas que se identificaram como simpatizantes do meu projeto, ao meu estilo de comunicação, muitas delas que, inclusive, se manifestam como ajudadas e até   com vidas salvas graças ao trabalho que desenvolvi.

Confiando neste público, tomei a iniciativa de colocar esta televisão no ar.

Deixei sempre claro para o país, em todas as épocas, que:

A Rede Visão não será, nunca, uma tribuna para pregar “alamarismo”, porque eu nunca admiti o “chiquismo”, o “divaldismo”, o “herculanismo”, o “armonismo” e todos esses “ismos” que por aí existem, gerando fanáticos que não solidificam qualquer conhecimento doutrinário espírita.Não será nunca uma tribuna para praticar “espiritismo à moda da casa”.Não será uma tribuna igrejista ou de rezação.Estará aberta a todas as instituições espíritas, não admitirá proibições, obrigações,cerceamento à liberdade do próximo muito menos “index librorum prohibitorum”.Não terá espaço para alimentar os inimigos da FEB, inimigos das Federativas Estaduais,inimigos de Roustaing, inimigos de Divaldo, inimigos de Pietro Ubaldi, inimigos de Chico,inimigos do Espiritualismo, inimigos do estudo do aspecto científico da doutrina, inimigos de música no centro, inimigos de si mesmos...Não será uma tribuna de um dono, sob as ordens, a conveniência e a cabeça deste dono,apesar de ter uma pessoa encarnada à sua frente, haja vista a impossibilidade de umdesencarnado conduzir o projeto.Não admitirá a prática da inquisição disfarçada e em estilos mais modernos.Será uma televisão que terá, diariamente, estudo das obras básicas do Espiritismo, com amelhor didática que nos for possível. Terá todas as madrugadas, programa ao vivo, voltado para as pessoas que sofrem de insônia, depressão e angústia que alimentam idéias de suicídio, aborto, vingança e práticas trágicas.Teremos programas para as crianças, educando conforme a pedagogia espírita. Terá programas para os jovens adolescentes, também trabalhando sob a mesma pedagogia?Pretendemos não ficar apenas nos moldes dos programas de entrevistas e tudo faremos para criar programas mais televisivos, com mais movimentos e ilustrações.Enfim, disponibilizamos o espaço para falar da moralidade autêntica, que nada tem a ver com moralidade aparente, moralidade formal, moralidade de época e moralidade de conveniências.Será que estamos errados, em nossos propósitos?

O que está se registrando, neste momento, Nestor, é uma ridícula omissão por parte de espíritas, os que mais deveriam estar felizes por este instrumento em prol da divulgação da doutrina, mas que fingem que não vêem, fingem que não sabem, na costumeira prática da frieza, da insensibilidade, da omissão, do descaso, da crueldade e da ridícula falta de educação em relação a um companheiro de ideal.

Exatamente no mesmo modelo como agiram em relação ao Luiz Olympio Telles de Menezes,ao Dr. Bezerra, ao Cairbar, ao Leopoldo Machado, ao Deolindo e a todos que tentaram fazer algo de destaque pela doutrina, não querendo comparar o nível espiritual deste atual divulgador com aqueles históricos companheiros do passado.

Para você ter uma idéia, Nestor, da “grandeza” e do “amor” deste movimento espírita, a “Casas André Luiz”, negou-se a falar na Rede Visão, omitindo-se totalmente ao fato,através do programa que eles têm na televisão, pela EMBRATEL, todos os domingos, no horário que eu criei, falando para o público que eu formei, e da sua Rádio Boa Nova que hoje está falando via satélite para o país inteiro, para o mesmo público que eu formei, rádio esta que quando começou a transmitir via satélite, quem fez a maior divulgação nacional fui eu, através do meu programa de televisão, de forma feliz e entusiasmada, orientando o público como sintonizá-la.

Eu a procurei, através dos seus diretores, coloquei a televisão a disposição deles para que também a utilizassem, pedi para que me dessem um espaço na rádio nem que fosse de apenas um minuto, para falar ao meu público que também os assiste, mas a resposta foi não, não e não.É desta “belíssima” fraternidade, indulgência e amor aos confrades que o movimento espírita está imbuído.

Outros espíritas, todos defensores da tal “pureza doutrinária”, espalham pela Internet e pelos meios que dispõem, manifestações de difamação e calúnia à minha pessoa, só faltando dizerem que o Alamar é também responsável pelo desabamento das torres gêmeas de Nova York, tem ligações com o Bin Laden, está envolvido no assassinato do Kennedy,explodiu o metrô de Madrid e coisas parecidas.

No dia de ontem tomei conhecimento de um fato, que foi o principal inspirador da escrita desta carta aberta:

Em contato com pessoas ligadas ao Ministério das Comunicações e a ANATEL, eu soube que existem elementos que ligam para lá interessados em saber informações sobre a legalidade da Rede Visão e ficam aborrecidos quando sabem que a empresa que leva ao satélite o sinal da Rede Visão está legalizada. A maldade e a perversidade é tamanha que insistem para  que encontrem alguma coisa de errado e apelam para que façam alguma coisa para retirá-la do ar!!! E não são protestantes ou católicos radicais não, Nestor, são espíritas!!!!!!!!!!!

Isto para mim não é novidade. Quando eu residia em Belém do Pará, consegui um espaço privilegiadíssimo no Jornal “O LIBERAL”, o maior da Amazônia, coisa que o movimento espírita nunca havia conseguido em época nenhuma, e escrevia semanalmente uma coluna enorme divulgando a doutrina. Uma comissão do departamento de “comunicação social” da casa federativa local foi ao jornal pedir para que retirassem aquela coluna.

Em Salvador aconteceu algo exatamente idêntico. Eu consegui, no Jornal “A TARDE”, o maior jornal do Norte e Nordeste do País, um espaço para escrever semanalmente sobre o Espiritismo, que nunca o movimento espírita baiano havia conseguido. Foram lá, também, e pediram para disponibilizassem a coluna para outra pessoa escrever.

Hoje a coluna continua existindo, todas as quartas-feiras, escrita pelo José Medrado.

Em ambos os jornais, tanto o de Belém quanto o de Salvador, registraram para mim que a minha coluna estava entre as primeiras mais lidas do jornal.

Por que isto, Nestor? Será inveja ou ódio espírita mesmo?

Não será a mesma coisa que está acontecendo agora?

Eu tenho, em meu poder, cópia de Emails que “espíritas” estão mandando para todo o Brasil, inclusive para amigos meus, apelando para que ninguém dê apoio à Rede Visão,ninguém ajude a esta tribuna se consolidar e se fortalecer para evitar suicídios, enxugar lágrimas, evitar abortos, divulgar a doutrina etc.Elementos que, em vez de procurarem pelo idealizador do projeto, por mais que discordem dele, para alertar quanto a possíveis erros que possam ser cometidos, já que eles se deixam levar pelos seus “achismos” de que está tudo errado, (já que em suas cabeças só eles estão certos) em busca de ajeitar o que pode estar errado, preferem o caminho da destruição. Se pode destruir, para que construir?

Tudo isto pela “defesa” da doutrina!!!

O ódio espírita é algo impressionante, Nestor.

As inimizades entre as casas espíritas são cada vez maiores. A ciumeira entre os espíritas é uma vergonha.

Agora existe uma nova e moderna concepção de centro espírita, que é através da Internet,pelos centros espíritas virtuais, proposta muito eficiente e de bons resultados. As salas espíritas na Internet já se odeiam, Nestor! já falam mal umas das outras! já batem boca, já se atacam, já disputam o público e toda essa cachorrada que estamos presenciando no movimento espírita.

O movimento espírita do exterior, também, está contaminado com as mesmas enfermidades do movimento espírita brasileiro. Em Nova York, meu amigo, que você conhece muito bem, onde têm poucas casas espíritas, uma odeia a outra, não prestigia evento feito pela outra, não divulga, recomenda aos seus freqüentadores que nãoparticipem da outra e desta forma vão dando um “belíssimo” exemplo de fraternidade espírita.

O que é que o Alamar tem a ver com isto?

Eu fui apenas o criador da Primeira Semana Espírita de Nova York, mas não fui um incentivador desse tipo de comportamento.

Para concluir

Até quando o segmento espírita será considerado, entre todos os segmentos religiosos/filosóficos da sociedade, o que menos visita os seus confrades quando estes estão doentes, o que menos liga para as pessoas também espíritas para desejar feliz aniversário,feliz natal e saber como vai, o que menos elogia e aplaude o companheiro de doutrina quando faz algo notável, o que menos colabora com as manutenções do seu templo religioso, o que menos fica feliz quando vê outro espírita fazer sucesso em alguma coisa,por outro lado o que mais reclama e aponta dedo para as falhas do seu companheiro de doutrina, o que mais age com crueldade em relação ao companheiro de doutrina?Onde é que fica a Caridade, tão pregada por nós nos Centros Espíritas?Amigo Nestor, os espíritas brasileiros bem como os espíritas do exterior sabem que você é um homem fino, culto, honesto, íntegro e educado.Ensine a Federação Espírita Brasileira a ser cortês, fina e ter pelo menos um pouco de educação.

Recomende aos seus relações públicas, se é que existe algum na FEB, a agirem como autênticos relações públicas e relações humanas, sabendo dizer muito obrigado, sabendo responder cartas, pelo menos acusar recebimentos, sabendo se manifestar positivamente quando alguém faz algo de bom e notável com o mesmo peso com que o movimento espírita adora se manifestar para criticar e até punir rigorosamente quando as pessoas erram ou mesmo quando ele “acha” que elas erraram.

Apenas para o seu conhecimento, meu amigo:

Naquele momento em que a FEB pode pronunciar-se na ONU, em Nova York, juntamente com outras instituições religiosas brasileiras, quem indicou o seu nome, assim como das demais representações, foi a LBV, Legião da Boa Vontade.

Todas as outras instituições religiosas e filosóficas enviaram correspondência à LBV,agradecendo pela indicação, manifestando o seu reconhecimento, somente a Federação Espírita Brasileira não enviou nada, Nestor!

Não me contaram não, eu vi.Impressionante é que em vários eventos espíritas foi citada a participação da FEB naquela reunião da ONU, naquele ano, mas não citaram, uma vez sequer, que foi a LBV quem a levou para lá.

Diga aos seus subalternos, querido amigo, que isto é falta de educação, é falta de respeito humano e o Espiritismo não ensina ninguém a ser assim. Apesar das restrições que muitos espíritas têm à LBV, não se justifica tamanha indelicadeza e inferioridade.Ou será que esta lamentável falha tem origem também no Alamar?

A Rede Visão de TV está aí, meu nobre amigo, a disposição do Espiritismo.

Se ela vencer todos estes obstáculos, decolar pra valer e der certo neste país, saiba meu  amigo que todo mundo vai saber que ela nasceu e cresceu sem nenhum apoio do chamado movimento espírita que se auto rotula “organizado”, que foi omisso, frio, indiferente,insensível e mal educado em relação a ela.

Se sucumbir, por não resistir se firmar nas bases, pode ter certeza também, meu irmão, deque muitos colocarão a culpa somente no Alamar, por ter sido o seu idealizador, mas muitos raciocinarão e identificarão também que sucumbiu pela insensibilidade, frieza,maldade, crueldade, indiferença e falta de educação por parte de um movimento que deveria fazer na prática tudo aquilo que prega em teoria nas tribunas dos centros.

Que esta carta fique registrada na história do Espiritismo e que os espíritas do futuro, daqui a cinqüenta ou cem anos possam lê-la e conhecer o nível de espíritas que existia no início deste século XXI.

Respeitosamente.



Respondendo ao Presidente da FEB

Prezados amigos:

Com muita alegria registro que recebi uma correspondência da FEB, Federação Espírita Brasileira, assinada pelo seu próprio presidente, o ilustre companheiro Antonio Cesar Perri de Carvalho, datada de 9 de janeiro de 2013, respondendo a uma carta aberta que lhe enviei em 16 de dezembro de 2012, carta essa cuja cópia enviei para todos os meus leitores, já que o meu estilo de comunicação e ação recomenda sempre transparência total e absolutajá que não admito o lamentável sistema de tomar atitudes contra os outros nos bastidores e esconder a cara.
Transparência, sempre, é o mínimo que se pode esperar dos praticantes de uma doutrina que fala tanto na necessidade do nosso APRIMORAMENTO MORAL.
Sinceramente, para mim foi uma surpresa, agradável, receber uma correspondência de tal instituição, posto que ao longo da sua história não é normal ela responder nada a quase ninguém, sobretudo a um tipo de questionamento como o que fiz. Vejo a atitude do Cesar Perri como um relevante avanço para o movimento espírita, o que nos ventila com a esperança de começar a ver mais transparência nas atitudes do nosso movimento.
Adorei, Cesar! Valeu, mas valeu mesmo.
Embora replicando a carta do nobre presidente da FEB apenas quatro meses depois, quero ratificar a minha alegria, na expectativa de que o nosso sistema federativo passe a ter uma condução mais aberta na presidência do Perri, apesar do carinho que eu sempre tive também pelo ex-presidente João Nestor Masotti, um homem bom, honesto, digno e decente, que sempre foi meu amigo, assim como a figura do também ex-presidente, Juvanir Borges.
Mandei a carta com aviso de recebimento pelo correio, o Cesar também me respondeu com aviso de recebimento, o que é bom demais para o registro dos fatos com fidelidade na história do Espiritismo, evitando assim que historiadores nem sempre comprometidos com averdade verdadeira dos fatos façam registros distorcidos do que realmente foi dito por um e por outro lado.

Nem tudo o que a gente lê na História, corresponde ao que aconteceu realmente. Nem todos aqueles que nos são apresentados como heróis foram realmente heróis ou ao menos honestos; nem todos aqueles que nos apresentam como bandidos foram realmente bandidos.

Está documento, então, o que Alamar Régis realmente disse e também o que o Presidente da FEB realmente disse. Que maravilha, que coisa mais extraordinária!!! As gerações de daqui há 50, 100 ou mais anos saberão o que de fato aconteceu nesta nossa era.
Mas já que o diálogo é construtivo no desenvolvimento do Espiritismo, conforme assinalou Allan Kardec, quero dar continuidade nas considerações levadas ao novo presidente da FEB, que certamente será do conhecimento, também, de vários presidentes de federativas estaduais e outras instituições espíritas que possam, de repente, se considerarem alvos das observações que fiz.
Da mesma forma que fiz anteriormente, faço agora, levando as considerações ao conhecimento de todo o público leitor, dentro da afinidade que tenho com a transparência absoluta.
Para quem não leu a minha carta inicial, datada de 16 de dezembro de 2012, eu a disponibilizo, no final do documento, ao mesmo tempo em que coloco aqui, também, na íntegra, fielmente, respeitando toda a pontuação, a correspondência que o Cesar Perri me enviou.

Vai aqui, então, a nova carta que acabei de enviar ao respeitável e ilustre Cesar Perri de Carvalho:

São Paulo, 13 de maio de 2013.

Ao: Ilustre Cesar Perri de Carvalho
MD Presidente da Federação Espírita Brasileira.


Prezado Cesar:

Tenho a impressão de que o amigo não leu, com a indispensável atenção, a correspondência que lhe enviei, em que pese a sua admirável atitude de responder-me. Foi uma resposta apressada, apesar de compreensível em razão dos afazeres que o cargo lhe obriga.
Aqui coloco as razões do porquê chego a esta conclusão, para a sua apreciação, bem como dos seus assessores.
Vamos, então, às considerações que me levam a crer nisto:

1 – Eu não entendi bem a quais adjetivações você se referiu, no seu item 1, quando diz que “a FEB não faz juz às adjetivações citadas”.
Já que eu gosto de detalhar e aprofundar-me nos meus escritos, palestras e seminários proferidos em instituições espíritas ou fora delas, para não deixar qualquer dúvida, aqui aprofundo-me novamente:
No documento que enviei coloquei a adjetivação “Vaticano Espírita”. Não sei se é a esta que você se refere, mas quero adiantar que sei muito bem que a FEB nunca se apresentou como tal e nunca teve tal pretensão; apenas muitos espíritas a consideram assim, principalmente espíritas residentes no exterior, embora não assumam oficialmente.
A minha afirmativa aqui é baseada em fatos reais, na convivência que tenho com espíritas residentes em vários países, principalmente brasileiros.
Em 1994, estando em Nova York, nos Estados Unidos, quando sugeri a realização da Primeira Semana Espírita de Nova York, que evoluiu para a fundação do Conselho Espírita dos Estados Unidos e até para a realização do Primeiro Congresso Espírita de lá, acontecido em Miami, onde eu fui um dos palestrantes, havia uma preocupação muito grande das lideranças espíritas locais pedirem AUTORIZAÇÃO DA FEB para tal realização. Foi quando eu os conscientizei de que a gerência da FEB restringia ao território nacional brasileiro e que ela não era Vaticano Espírita. O movimento espírita dos Estados Unidos deveria ter uma coordenação nos Estados Unidos.
 Mesmo assim, com certo receio, o evento foi realizado com sucesso.
Lembro-me do quanto a Norminha, (a nossa querida Norma Guimarães), estava tensa ao tomar a iniciativa de realização e sei, também, que ela foi chamada a atenção depois, muito sutilmente, muito fraternalmente e com aquele amor peculiar aos espíritas, que todos conhecemos. Tanto que os rumos foram totalmente mudados, palestrantes proibidos de serem convidados novamente, etc. etc. etc... Caso necessário, para registro histórico, posso aprofundar-me nos detalhes desta história.
Vários são outros exemplos que não citarei para não alongar muito esta carta.
Diante dos fatos, a minha adjetivação, neste sentido, não é infundada, é real e muita gente sabe disto.
Caso seja outra, a adjetivação sobre a qual o amigo se refere, não consegui identificar.

2 – Sei muito bem que a FEB e nenhuma das suas federadas fazem constar qualquer citação quanto a “índex librorum prohibitorum”, censuras e boicotes em seus estatutos, isto é óbvio. Sei que, também, a FEB não recomenda nas reuniões do CFN que boicotem ou censurem quem quer que seja, apesar de vários dos seus participantes se manifestarem pretendendo fazer dessa prática um procedimento oficial.
Só que existir escrito, oficialmente e em estatutos é uma coisa, existir na prática é outra totalmente diferente, nobre companheiro. O Brasil inteiro sabe muito bem que as proibições e os boicotes de fato existem, em todos os estados, e creio que não seja necessário o Alamar ou qualquer outro espírita se munir de câmeras escondidas, se infiltrar em reuniões de diretorias de instituições para documentar em vídeo e som, para provar para a FEB e para o Brasil o que está sendo denunciado.
Diante deste fato, concordo contigo que oficialmente não existe, mas... na prática...
Na atividade policial, por exemplo, o extermínio de presos não existe no papel e legalmente não é permitido, mas na prática a polícia mata mesmo, e todo mundo sabe disto.

3 – Sou ciente, também, de que a FEB não interfere nas decisões e ações das federativas e instituições adesas, aliás, já até escrevi manifestos defendendo a nossa Casa Mater contra acusações sérias que circularam pela internet, de autoria dos espíritas inimigos que ela tem, acusando-a disto e de outras coisas. Sei que cada casa tem a sua autonomia e que as atitudes que me refiro ocorrem por iniciativa e responsabilidade de cada uma. O que é deveras lamentável é que a grande maioria faz isto, não se sabe por orientação de quem. Ou melhor, fingimos que não sabemos quem são os dirigentes que praticam os "index" e as censuras.

4 – Quando o amigo diz que os textos e documentos de trabalhos aprovados pelo CFN mantém fidelidade às Obras Básicas, eu quero lhe fazer uma sugestão: Que sejam inseridas nesse universo, o qual o ilustre amigo chama de “Obras Básicas”, também os livros “Obras Póstumas”“Viagem Espírita” e também toda a “Revista Espírita”, como base para conclusões sobre a prática espírita, posto que é nesses livros que encontramos o que chamo de KARDEC TOTAL, que é exatamente o senhor Allan Kardec praticando a doutrina que os espíritos transmitiram através dele, não havendo, portanto, fonte de orientação melhor, mais fiel e mais eficiente. Tenho certeza de que, com isto, haverá uma considerável mudança em nosso movimento, para melhor.
Durante muito tempo convivíamos com problemas muito sérios nas traduções da Revista Espírita, (assim como com toda a obra básica) mas hoje, conforme o amigo sabe muito bem, este já é um problema superado.

Quanto a afirmação de que é infundada a minha citação de que o expositor Clóvis Nunes, assim como outros, sofrem boicotes, censuras e proibições veladas do sistema chamado federativo, pode ter certeza absoluta, meu caro Cesar, de que não se trata de citações infundadas e nem ilações, posto que o Brasil inteiro sabe disto e só mesmo o espírita desinformado e mero freqüentador igrejeiro de centro não sabe destas coisas.
Grande Cesar, o Brasil se acostumou com um Presidente dizer que "nunca sabia de nada", mas esse era Presidente da República, não da FEB.  
Quanto ao direito legal e inalienável de escolher os seus convidados, isto também não discuto e concordo integralmente contigo.
Quanto a sua última colocação, que diz que a FEB tem o maior respeito pelas quatro personalidades citadas por mim, ao final do relatório, eu também concordo, porque sei que é verdadeiro o respeito que a FEB assim como todos os espíritas tem por eles HOJE. Mas veja bem o detalhe do HOJE, meu caro Cesar.
Vamos rever algumas coisas? Leopoldo Machado, Deolindo Amorim, Hermínio Correa de Miranda, Carlos Imbassahy, etc...
Leopoldo Machado – É amado hoje pelos espíritas (os antigos, porque os novos nem o conhecem, lamentavelmente). Mas, na sua época, entusiasmado com a proposta do Pacto Áureo, em 1949, resolveu, por conta própria viajar de avião pelo Brasil inteiro, a fim de divulgar a idéia em cada Estado, pagando as passagens aéreas com dinheiro do seu próprio bolso. Foi acusado de querer aparecer, de viajar de avião pelo Brasil a custa do Espiritismo e até recebeu o debochado apelido de “O pato aéreo”. Acho que você sabe disto, amigão.
Deolindo Amorim – Também venerado e respeitado hoje pelos espíritas mais antigos. Um dos mais extraordinários nomes da história do Espiritismo. Lança a idéia de criação do Instituto de Cultura Espírita do Brasil. Qual foi a reação?
Acusado de presunçoso, de se achar culto e melhor que os outros, acusado de não ter humildade, por causa disto, acusado também de excessivamente vaidoso e orgulhoso. Por conta, foi recomendado a não ser convidado a fazer palestras em muitos centros espíritas.
Hermínio Miranda – Outro nome extraordinário que não deixa dúvidas a ninguém. Este eu não preciso citar detalhes, apenas recomendo que alguém faça uma entrevista com ele, pergunte o que acha do movimento espírita e porque se afastou dele. Mas imploro para que levem a público as respostas que serão dadas por ele.
Carlos Imbassahy – O filho dele, Carlos de Brito Imbassahy, ainda está encarnado. Sugiro também uma entrevista com ele e que divulguem o que ele vai responder.
É o que eu falei: Ter respeito por esses nomes hoje é uma coisa, o que fizeram com eles no passado é outra, querido amigo.
O movimento espírita quase que unanimemente adora o Dr. Bezerra de Menezes HOJE, mas será preciso o Alamar vir dizer o que fizeram com ele no passado, dentro do próprio meio espírita? “Aproveitador”, “está querendo tirar proveito político a custa do Espiritismo”, “quer se promover à custa dos espíritas”, etc...
Cairbar Schutel, também, é citado com respeito HOJE, mas no passado era retaliado de todas as formas pelo movimento oficial, acusado também de querer aparecer pelo rádio, de tirar proveito político dos espíritas, etc...
Citei pouquíssimos nomes, mas poderia citar dezenas, mais de cem nomes de extraordinários espíritas, em todos os estados do Brasil, que foram massacrados pelo chamado movimento espírita organizado.

Sabe qual foi a grande diferença, Cesar?
No tempo deles ninguém escreveu e deixou registrado por envio pelo correio com aviso de recebimento como estamos fazendo agora, portanto não há documentação para comprovar estes fatos hoje, como haverá para que as futuras gerações saibam como foram realmente os diálogos entre Alamar Régis e Cesar Perri.
Por isto fica fácil muitos espíritas, que insistem em dar uma conotação de que está tudo indo muito bem com nosso movimento espírita e que tudo sempre funcionou dentro da mais perfeita paz, dizer que todos esses homens foram tratados com todo amor, carinho, compreensão, reconhecimento e gratidão e que nunca houve boicote ou “índex” na história do Espiritismo.
Imagine, Cesar, se o próprio Allan Kardec não tivesse escrito, ele mesmo, conforme relata em Obras Póstumas, o que os espíritas do seu tempo fizeram com ele. Hoje certamente omitiriam a informação de que o acusaram de ficar milionário à custa do Espiritismo, de ser possuidor de riquíssimos tapetes persas em casa e carruagem de quatro cavalos.
Se fizeram com o próprio Codificador, no seu tempo, espíritas que foram contemporâneos dele, que viram a doutrina nascer das suas mãos, por que não fariam com Clóvis Nunes, com Hernani Guimarães Andrade, com Henrique Rodrigues... e com muitos outros dos tempos mais atuais?
Acho bom observarmos o ensinamento do Cristo, relatado em João: “Conheça a verdade, que a verdade liberta”.
É exatamente a verdade que eu gostaria que todo o movimento espírita conhecesse.

         Abração

         Alamar Régis Carvalho


 Agora a carta que o Cesar Perri me enviou, em janeiro deste ano       

Ofício GP Nº 04/2013 – Brasília, 9 de janeiro de 2013.

Ao: Ilmo. Sr. Alamar Régis Carvalho
São Paulo, SP.

Prezado companheiro,

Bom início de ano!

Em resposta à sua missiva datada de 16/12/2012 e postada no dia 5/01/2013, informamos:

1) A FEB não faz juz às adjetivações citadas, pois as decisões relacionadas com recomendações e planejamentos para o Movimento Espírita são realizadas em reuniões abertas do Conselho Federativo Nacional, onde têm direito a voz e voto os representantes das Entidades Federativas dos 26 Estados e do Distrito Federal;
2) A FEB e o Conselho Federativo Nacional nunca elaboraram e nem apoiaram qualquer esforço que redundasse na elaboração do aludido “índex librorum prohibitorum”;
3) A FEB e o Conselho Federativo Nacional não interferem em decisões e ações das Entidades Federativas Estaduais e seus Órgãos de Unificação;
4) Os textos e documentos de trabalhos aprovados pelo Conselho Federativo Nacional da FEB, mantém fidelidade às Obras Básicas do Codificador, e representam o resultado do esforço e de elaboração coletiva das Entidades Federativas Estaduais;

Isto posto, fica claro que são totalmente infundadas as ilações de que a FEB ou o sistema federativo boicotaria o expositor citado pelo missivista.
Outrossim, a FEB, como qualquer instituição, tem o direito legal de definir seus convidados.
A FEB tem o máximo respeito pelos quatro companheiros citados no antepenúltimo parágrafo de sua correspondência, os quais têm livros que são publicados pela Editora da FEB até nossos dias.
Com fraternal abraço,

         Antonio Cesar Perri de Carvalho
         Presidente Interino da FEB


Observação: Em janeiro Cesar Perri era, ainda, presidente interino da FEB, substituindo Nestor Masotti, enfermo em São Paulo. Hoje ele é presidente efetivo.  

Agora, para quem não leu, coloco aqui novamente a carta que enviei em dezembro de 2012, lembrando sempre o estilo de TRANSPARÊNCIA TOTAL que eu sempre defendo, colocando tudo ao conhecimento do público, para que todos saibam o que o Alamar disse, o que o Alamar acusou, o que o Alamar realmente fez, fazendo um contraponto ao triste estilo adotado pelo nosso movimento que, lamentavelmente, toma as suas atitudes e nunca assume responsabilidades perante o grande público, o que se caracteriza com uma das práticas mais incoerentes com o Espiritismo, devido ao comprometimento moral que isto representa.

São Paulo, 16 de dezembro de 2012.

De: Alamar Régis Carvalho
Para: Federação Espírita Brasileira
Att.: Presidência e toda a Diretoria
SGAN 603, Conjunto F, Av. L2 Norte
Brasília, DF – CEP 70.830-030


Prezados Senhores:
        
Eu, Alamar Régis Carvalho, já conhecidíssimo do movimento espírita, creio que dispensa apresentação, através deste documento que estou lhes enviando pelos correios, com Aviso de Recebimento, e dando a conhecer ao público através da internet, venho oficialmente pedir um pronunciamento da FEB, tanto para o meu conhecimento quanto, também, para o segmento espírita que não aceita imposições, conforme o teor abaixo:
Em princípio ressalto que não faço parte do segmento espírita “inimigo da FEB”, que infelizmente existe, constituído por aqueles que nutrem verdadeiro ódio da instituição por conta da publicação dos livros de J. B. Roustaing e por outros motivos alegados que, sinceramente, não vejo razões para tamanha animosidade e muito menos para tal nível de ódio.
Mas já que, lamentavelmente, o “ódio espírita” é algo instalado em nosso movimento, com muito “amor” e muita “fraternidade”, e não se vê o menor esforço discuti-lo nos congressos, temos que conviver com isto e continuemos a tocar os nossos barcos para a frente.
Muito pelo contrário, nutro carinho, respeito e consideração pela instituição.
Partindo do princípio que, em se falando de Espiritismo, temos o dever de zelar pela transparência em todas as nossas atitudes, tenho certeza absoluta de que a nossa Casa Mater do Espiritismo no Brasil, considerada pelos companheiros de outros países até mesmo como uma espécie de “Vaticano Espírita”, não terá a menor dificuldade em responder para mim e para todo o público espírita, de forma clara, cristalina e convincente o que levo em pauta aqui.
Por que motivo o senhor Clóvis Nunes, conhecido trabalhador espírita de Feira de Santana, na Bahia, é boicotado por todo o sistema federativo do Brasil, boicote este que é obedecido até mesmo pelos centros espíritas dos demais países, que seguem o que poderíamos denominar de “vaticanismo brasileiro”?
Estou citando o nome do Clóvis Nunes, mas usando-o para representar os diversos outros que sofrem o mesmo “índex librorum prohibitorum”, imposto pelo chamado movimento federativo, sejam federações, uniões espíritas, AREs, CREs, USEs, AMEs... e os seus centros adesos.
Tenho consciência, assim como todo espírita lúcido deve ter, da responsabilidade indispensável de todos nós quanto a tribuna espírita, pois que, em nome da democracia e da liberalidade total, não se pode disponibilizá-la para falar pelo Espiritismo àqueles que distorcem a essência e a base doutrinária, comprometendo o postulado espírita, fraudando o pensamento de Allan Kardec e dos Espíritos da Codificação.
Até aí é compreensível que procedimentos especiais sejam exercidos pela instituição espírita responsável, todavia com inteligência, bom senso, coerência e honestidade, sempre às claras, de forma transparente e jamais às escondidas.
Todavia as proibições e boicotes a determinados nomes têm ocorrido, não por causa disto e sim por problemas de animosidades pessoais e, principalmente, por incompetência de dirigentes de centros e até diretores de federativas, absolutamente despreparados quanto ao conteúdo doutrinário, que, muitas vezes, por não serem detentores do nível de conhecimento dos expositores em questão, terminam por alijá-los do meio, a fim de que o seu público fiel freqüentador não perceba o quanto são liderados por dirigentes desqualificados para ocuparem cargos de direção em casa espírita.
Isto é lamentável e grave, senhores diretores.
O nível de conhecimento do pesquisador e estudioso Clóvis Nunes, por exemplo, está muito acima daquele encontrado na maioria dos dirigentes de instituições espíritas,inclusive de diretores de algumas Federações.
Privar o espírita de ouvir as palestras de Clóvis Nunes, com o volume gigantesco, valioso e inestimável de informações que ele tem, obtidas em várias partes do mundo, inclusive universidades, centros científicos de pesquisas e até nos escaninhos mais íntimos do Vaticano, é de uma irresponsabilidade sem tamanho, é uma vergonha para as lideranças federativas que o boicotam e também um desrespeito ao público.
Através do conhecimento de Clóvis Nunes a Rede Globo simplesmente acabou com um dos maiores equívocos que se verificavam na televisão e na imprensa brasileira, durante vários anos, que era chamar o Padre Quevedo para dar opinião todas as vezes que era levada ao ar matérias, reportagens ou programas falando sobre mediunidade, reencarnação e assuntos ligados ao Espiritismo de um modo geral, participações essas que sempre eram infelizes e invariavelmente traziam prejuízos para o Espiritismo. O “basta” foi um trabalho pessoal dele e as argumentações que convenceram a Globo de tal decisão foram também produto dos conhecimentos dele.
Clóvis Nunes conhece Allan Kardec em toda a sua abrangência e deveria ser mais respeitado por esse movimento que se apresenta como representante oficial do espiritismo nas diversas regiões. Ele conhece, também, inúmeros outros nomes destacados de cientistas e pesquisadores respeitados no mundo, não espíritas, que respaldam as idéias espíritas e que são desconhecidos pelo nosso movimento.
Desculpem-me, senhores, mas é uma vergonha boicotar um homem deste, assim como vergonhosas foram as atitudes tomadas por lideranças do movimento ao boicotar homens notáveis com o Dr. Hernani Guimarães Andrade, Dr. Henrique Rodrigues e vários outros verdadeiros gênios da pesquisa e da experimentação espírita, muito além do nível igrejeiro da maioria do universo que dirige casas espíritas.
Qual o argumento que é utilizado para tais atitudes?
Invariavelmente dizem sempre que o expositor boicotado é antidoutrinário, mas apenas dizem, somente dizem, sem enquadrar quais citações feitas pelo mesmo são antidoutrinárias e com base em quais livros, números, questões e tópicos das obras básicas firmam as suas argumentações que autenticam a proibição.
Outros chegam a tal nível de imbecilidade, que simplesmente boicotam outros apenas sob a argumentação de que são “polêmicos”.
Não conhecem a orientação de Allan Kardec acerca da polêmica.
Mais uma vez me desculpem, senhores, mas isto é uma vergonha.
Por este documento quero sugerir à FEB, em nome da dignidade, da honestidade, da decência, da vergonha, da coerência, do bom senso e até da caridade, valor muito destacado por todos espíritas, que toda vez que uma instituição espírita federativa ou centro espírita adeso ao chamado sistema “febeano” tomar a iniciativa de vetar algum expositor, que tenha a dignidade de

1 – Assumir que está vetando, oficialmente e comdocumentação, e que sejam identificados os nomes das pessoas que assinam a sentença condenatória.
2 – Fazer o devido enquadramento dos motivos, rigorosamente com base não apenas nos cinco livros considerados como obras básicas, mas também na “Revista Espírita”, nas “Obras Póstumas”, na “Viagem Espírita” e em toda obra onde estão registradas manifestações do senhor Allan Kardec, partindo do princípio que é nelas que estão registradas as ações do Codificador, enquanto trabalhador espírita, já que não tem sentido alguém considerar que o próprio Kardec estivesse errado na prática da doutrina confiada pela Espiritualidade Superior a ele mesmo.
3 – Caso façam o enquadramento em algum livro da obra básica, citar qual a tradução foi utilizada para tal embasamento, a fim de poder ser comparado com outras traduções e, principalmente, com o original francês da obra citada.
4 – Disponibilizar, ao vetado, acesso ao documento o qual ele foi enquadrado, para que tenha conhecimento e possa exercer odireito de defesa, caso queira utilizar.

Eu, particularmente, enquanto espírita que não admite que o meu sagrado direito de escolha seja cerceado e manipulado pelas conveniências de quem quer que seja, venho cobrar do sistema federativo as razões pelas quais Clóvis Nunes é impedido de falar nas federações e centros espíritas adesos a esse sistema:
Ele cometeu algum crime? Tem algum histórico de bandidagem, de delinquência ou de comportamento que o comprometa moralmente?
Estou perguntando isto, mas sei muito bem que ele não tem qualquer histórico nesse sentido, como também não têm os outros expositores que sofrem o mesmo tipo de boicote. Mas pergunto então: Quais são os desvios doutrinários que os supostos censores o acusam?
Enquadrem, conforme a relação que coloquei aqui e me enviem.
Será que alguém no meio espírita federativo vai ser capaz de tal procedimento?
Tenho quase certeza de que não terei resposta neste meu desafio. O argumento que vão utilizar é que “esta carta do Alamar não merece resposta”, mas no fundo já se sabe muito bem qual é a razão verdadeira, que é a falta de embasamento, porque, com certeza, eu, o Clóvis e outros leremos e analisaremos o possível relatório feito e vamos abrir toda a obra básica, bem como toda a Revista Espírita, avaliando criteriosamente e constatar se a fala ou escrita do “condenado” está ou não está de acordo com Kardec.
Lamento ter que tomar esta iniciativa de dirigir este tipo de correspondência à FEB, meus amigos, instituição essa a qual tenho respeito, consideração e admiração pelo seu histórico papel em prol do Espiritismo em nosso país, mas não posso ser omisso em relação a um problema tão sério, grave e de um nível de canalhice sem tamanho, praticado em um movimento que tem o dever de não cometer qualquer deslize, sobretudo de ordem moral.
Se a própria justiça brasileira, onde também há problemas de ordem moral, bem como a instituição policial, também conhecida pela população pela prática de arbitrariedades e até abuso da força, em momento algum admitem condenar até mesmo o mais perigoso criminoso e até cruel assassino, sem que esse tenha respeitado o seu sagrado direito de defesa, como pode a instituição espírita... logo a instituição ESPÍRITA!!!!  admitir a estúpida, espúria, vergonhosa, ridícula e imoral prática de condenar pessoas sem que essas tenham respeitados esses seus sagrados direitos de defesa?
Os senhores já pararam para refletir no tamanho da gravidade de tal comportamento das instituições federativas espíritas?
Consultando as suas consciências, os senhores já se deram ao trabalho de observar o nível de imoralidade que isto representa?
Já discerniram no quanto essa imoralidade é tão comprometedora para a imagem do Espiritismo?
Será que não é muito pior essa prática, altamente indecente, do que uma simples citação de um palestrante que não seja exatamente conforme aquilo que a gente pensa?
Analisando friamente a questão, perguntemos:
Sinceramente, amigos, se tem alguém que deve ser impedido de falar em nome do espiritismo, seria o expositor que apenas, talvez, possa falar alguma coisa que não seja cem por cento conforme o pensamento do dirigente do centro ou a instituição que pratica tão elevada prática de imoralidade?
Espero que as lideranças do nosso movimento espírita se dignem a dar atenção a este sério e grave problema.
Quero apenas informar que:
Enviei correspondência aos senhores Ministro das Comunicações e ao Presidente da ANATEL, com conteúdo duro, denunciando abusos e pedindo providências acerca de problemas graves no sistema de telefonia do nosso país, recebi atenciosas respostas de ambos e também dos assessores os quais eles incumbiram para apurar as providências.
Enviei, este mês, correspondência ao senhor Ministro da Saúde, também duro, questionando sobre problemas de medicamentos falsificados, medicamentos genéricos, divergências graves nos diagnósticos médicos e o próprio me telefonou, falando sobre a carta, encaminhando o problema a seus assessores que, também, atenciosamente deram importância à queixa e me escreveram.
Será que no meio espírita é possível ter o mesmo tipo de respeito humano entre os seus confrades?
Ou será que vamos, mais uma vez, enfrentar a mesma frieza e indiferença com que trataram Leopoldo Machado, Deolindo Amorim, Hermínio Correa de Miranda, Carlos Imbassahy e tantos nobres espíritas que tentaram questionar possíveis equívocos praticados no movimento?
Agradeço pela atenção e fico na expectativa de algum pronunciamento.

Atenciosamente.


Alamar Régis Carvalho.

Fica aí, então, registrado, para que todos façam as suas apreciações e julgamentos.

Abração a todos.

                           Alamar Régis Carvalho
          Analista de Sistemas, Escritor e ANTARES Dinastia