sábado, 19 de novembro de 2011

Nosso Lar (Chico Xavier) e A Vida Além do Véu (George V. Owen): Plágio





O artigo que lerão a seguir foi publicado no blog "Obras Psicografadas" e estou republicando-o aqui, por julgá-lo adequado ao papel de esclarecer sobre a verdade acerca do livro Nosso Lar e outras de Chico Xavier. Apresento-o a titulo de reflexão.



"Neste artigo Eduardo José Biasetto encontra trechos muito semelhantes não em uma, mas em duas obras de Chico Xavier, extraídas da mesma fonte: o livro de Owen chamado “A Vida Além do Véu”.  
Quem diria que eu faria discípulos… 

Esclarecimentos: Frente às inúmeras evidências de plágios apresentadas neste blog, no que se refere às atividades de supostos médiuns brasileiros, incluindo Chico Xavier, e uma vez que estas evidências abalaram profundamente minha crença no espiritismo e, em especial, na mediunidade do Chico, decidi pesquisar por conta própria, me despojando de qualquer crença ou desejo com relação ao desfecho, com o objetivo de pôr fim às minhas inquietações.
Desta forma, fiz a leitura da obra “A VIDA ALÉM DO VÉU”, supostamente psicografada pelo reverendo inglês George Vale Owen. Minha surpresa ao ler a referida obra, foi a identificação de inúmeras semelhanças com o livro “NOSSO LAR”, suposta psicografia de Chico Xavier, recebendo mensagens do suposto espírito André Luiz. Mais ainda, identifiquei em “A VIDA ALÉM DO VÉU”, diversas idéias e “histórias” que, lembrando de minhas “leituras antigas”, já havia conhecido em outros livros de Chico Xavier/Espíritos (?).
Dentro de minhas limitadas análises, em razão de pouco tempo de estudos e outras dificuldades, como a própria seleção de material adequado, confesso que encontrei razoável dificuldades para constatar, evidenciar as devidas “semelhanças”, “plágios” ou adaptações. Porém, pude constatá-las! 
Na matéria anterior, publicada neste blog, de minha autoria, NOVAS EVIDÊNCIAS SOBRE AS CORRELAÇÕES ENTRE “A VIDA ALÉM DO VÉU” DE OWEN E “NOSSO DE LAR” DE CHICO XAVIER, mencionei que concluia que o Chico tinha se inspirado na obra de Owen, para escrever Nosso Lar – e, além disso, havia também feito uso desta obra para escrever outros livros. 
Neste contexto, fiz uma breve, mas acredito suficiente análise de algumas passagens do livro “LIBERTAÇÃO” (Chico Xavier/André Luiz), onde, na minha concepção, pude comprovar o que havia dito. 
Esta análise está exposta em “Quatro Quadros”, sendo que considero os “Quadros III e IV”, as evidências indiscutíveis de que houve influência do livro de Owen, na elaboração de “Libertação”. 
Para aqueles que considerarem as evidências apresentadas, pouco significativas, quero registrar que, em razão do pouco tempo disponível, como já mencionei, dispensei a busca quantitativa, mas foquei na fundamentação qualitativa. Se eu quisesse prolongar minhas pesquisas, certamente, encontraria mais referências, mas pra mim, bastou o que já encontrei.
Minhas indagações e conclusões:
1º) Como explicar que dois livros de Chico Xavier/André Luiz (Nosso Lar e Libertação) apresentem diversas semelhanças, inclusive detalhes e informações tão evidentes à obra A Vida Além do Véu, de Owen? 
- Para alguns, isto se explicaria, porque os livros tratam de assuntos semelhantes. Eu até admito que isto tem fundamentos, mas o problema é que há “detalhes”, “clímax”, “informações” nas histórias que são demais parecidos! 
- Para alguns, o reconhecimento de que houve consulta à obra de G. Vale Owen, não invalidaria a mediunidade do Chico, porque esta consulta poderia ter sido feita pelos espíritos (André Luiz e/ou Emmanuel). Mas, esta possibilidade, me remete à 2ª indagação: 
2º) Se André Luiz e Emmanuel faziam uso da mediunidade de Chico Xavier, para contar histórias relacionadas às encarnações deles próprios, por que eles precisariam consultar obras? 
- Admitindo que o espírito não sabe tudo, o que é aceitável, então seria razoável a consulta de obras terrenas, mas de cunho científico. Não obras “espíritas”, para tirar informações sobre cidades/colônias espirituais, porque para isto, bastaria a experiência deles próprios. 
- E, no caso de consultas a obras terrenas, de cunho científico, como já discutimos muito aqui no blog, e outros que participam destes debates há mais tempo que eu, também já falaram, AS FONTES DEVERIAM SER MENCIONADAS. 
3º) Mas o Chico consultando somente A Vida Além Do Véu, escreveria tantos livros – os livros da “série André Luiz”? 
- É óbvio, que não é exagero, elogiar a brilhante capacidade criativa do Chico Xavier, pois ele ampliou em muito as informações que colheu em A Vida Além Do Véu – de uma pequena passagem, ele fez surgir um capítulo; de um capítulo ele fez surgir vários livros. Ele ampliou as informações, encheu de “novidades”, incluiu personagens, fatos, modificou algumas coisas. Por exemplo: no livro do Owen, o espírito Arnel e companheiros sofrem algumas dificuldades para enfrentar os espíritos perdidos nas Trevas, mas nada tão difícil, porque como espíritos evoluídos, eles têm uma força de luz e um poder, que intimida os espíritos perturbados. Em Libertação, e também na obra “Ação e Reação”, o “André Luiz” narra que os espíritos das Trevas, dos umbrais, têm armas elétricas, são  “poderosos”, coisas assim. Se o livro do Owen, para alguns, já era uma ficção (???) – os livros do Chico foram muito mais além!!! 
- Para alguns, toda esta “inspiração” do Chico – eu já pensei assim – , seria uma prova de que ele era mesmo médium e, neste caso, mesmo que, de uma forma diferente, ele teria, de fato, recebido ajuda espiritual? Neste caso, no mínimo, estaria claro, pelo menos pra mim, que: 
A-) Precisaríamos repensar toda a idéia, o conceito que se tem sobre a mediunidade; 
B-) Precisaríamos repensar toda a idéia, o conceito que se tem sobre Emmanuel e André Luiz.  
Então, fazendo uso da figura de linguagem, “vi com meus próprios olhos”! Na minha concepção só há dois caminhos: 
I – Chico Xavier nunca foi médium e estudou, copiou, adaptou, plagiou, parafraseou, se inspirou em diversas obras, para escrever seus mais de 400 livros, os quais ele atribuiu aos espíritos desencarnados; ou 
II – Chico Xavier foi médium, recebeu ajuda de espíritos, mas de uma forma totalmente diferente daquilo que o próprio espiritismo diz e o próprio Chico afirmava. E, neste caso, Emmanuel e André Luiz não existem do jeito que foram apresentados nos livros e pelo próprio Chico. 
Quero deixar bem claro, que não faço qualquer julgamento no sentido de desmerecer a pessoa Chico Xavier. Muito pelo contrário, acredito na sua bondade, reconheço sua obra beneficente, de grande valia e tudo mais! Agora, quanto às psicografias… 
Eu havia criticado a opinião do José Carlos Ferreira Fernandes, sobre a pessoa do Chico Xavier, em matéria deste blog. Porém, depois de tudo que verifiquei e conclui, acho que ele tem razão sobre muitos pontos. 
Penso que o Chico descobriu no espiritismo, uma chance de “ser alguém”. Ele agarrou com todas as suas forças a doutrina, mas havia um problema: Chico já tinha sido muito influenciado pelo pensamento católico. E esta influência o perseguiu por toda a vida. 
Ao mesmo tempo, em que identificava a proposta progressista da doutrina espírita, defensora do evolucionismo darwinista e idealizada sob o desejo do pensamento científico, Chico tinha dificuldades para lidar com algumas dogmas católicos. 
Ele foi um dissidente do catolicismo, certamente, a partir do momento que aceitou a causa reencarnacionista, mas ele manteve-se fiel à ideia de um Jesus Cristo salvador. Temas como castidade, pecado, céu e inferno nunca deixaram de povoar o seu pensamento. 
Foi assim que ele não viu problema algum em castigar André Luiz, com oito anos de umbral. Afinal, o personagem por ele criado, o médico carioca, havia sido boêmio, infiel e arrogante.
Com toda sua Inteligência, Chico não foi capaz de contextualizar André Luiz numa época, a 1ª metade do século XX, onde o machismo era muito forte no Brasil, e um médico bem sucedido, morando na cidade do Rio de Janeiro, certamente viveria aventuras e prazeres. Puniu-o por toda a existência no plano espiritual – em vários momentos, André Luiz se mostra arrependido, lembra do passado terreno, o passado mundano, e chora, se auto-punindo. Expõe-se, assim, mais uma forte característica do “moralismo cristão” (o arrependimento e a dor pelos atos praticados), característica esta, que se frutificou no pensamento católico medieval, e ainda se manifesta em países como o Brasil. 
Desta forma, Chico ajudou a difundir um “espiritismo cristão-católico”. Se, por um lado, ele fez propaganda da doutrina, por outro, ele distanciou o espiritismo da ciência a que se propunha, aproximando-o, definitivamente, de uma religião, apenas isso! O pior, é que Chico fez escola. A maioria, a esmagadora maioria daqueles que se apresentaram e se apresentam como médium, passou a seguir o “espiritismo cristão-católico de Xavier”. Isto explica, porque eles, em suas “psicografias”, trazem mensagens recheadas de moralismo e justificativas punitivas: “fulana” morreu de câncer, porque fez abortos (se não foi nessa, foi em outra encarnação), sicrano morreu de morte violenta e foi para o umbral, porque foi promíscuo, egoísta e maldoso… ou estava resgatando uma dívida de outra vida! 
Isto explica, também, porque o “espiritismo brasileiro”, fazendo referência às colocações do Gilberto, tem resposta pra tudo! É incrível, como este espiritismo verde e amarelo, gosta de se meter em acontecimentos, qualquer que seja o lugar: atentados de 11 de setembro, terremoto no Haiti, tsunami no Japão. Não faltam “médiuns” e “informantes do além”, para explicar estes desastres, estas tragédias. O que me causa surpresa, fazendo uso das colocações do Juliano, é que estes “informantes do além”, que tudo sabem, rapidamente, não são capazes de informar a algum médium no Rio de Janeiro, que tem um debilóide planejando matar jovens estudantes. Pra isto, que seria algo, realmente útil, eles não estão preparados! 
É curioso, porque o livro de Owen – A Vida Além Do Véu –, apresenta a existência de bons e maus espíritos, indica a realidade de “céu” e “inferno”, mas não fica procurando motivos que justifiquem esta situação, apenas menciona o fato. Chico, se identificou com os fundamentos desta obra, mas quis justificar a situação dos desencarnados – os que vivem em paz, e aqueles que sofrem – e a justificativa veio com todas as suas forças, influenciada pelo catolicismo, do qual ele nunca se livrou. 
Quando se pesquisa a mediunidade de Leonora Piper, por exemplo, não se verifica esta preocupação de “tudo querer explicar”. O mesmo acontece em relação a outros médiuns internacionais famosos. Não sou muito bem informado nesta área, acredito que o Vítor tem conhecimento para concordar ou não com esta opinião, mas o que fica pra mim é a “mania de grandeza” dos ”médiuns” brasileiros, que têm resposta pra tudo! Na verdade, não respondem nada e não contribuem para dar credibilidade à doutrina, muito pelo contrário, fazem dela, motivo de chacota. 
Estas são minha conclusões! 
Saudações… 

QUADRO I 
“A VIDA ALÉM DO VÉU” 
Página 246 – “Daquela colônia fomos adiante às regiões das trevas. (…)” /” Assim chegamos a uma grande cidade, e entramos por um portal enorme onde guardas marchavam de lá para cá.” 
Página 248 – E em seus ouvidos, tão afinados à delicadeza vulgar, minhas irmãs, eu cochicharia uma palavra de conselho também. Crianças não vêm até aqui nestes grandes reinos, dos quais vocês me deram a honra de eleger-meGovernador. 
“LIBERTAÇÃO” – CAPITULO IV – 
Página 49 – Numa cidade estranha 
Página 49 – Após a travessia de várias regiões, “em descida”, com escalas por diversos postos e instituições socorristas, penetramos vasto domínio de sombras 
Página 52 – Na atualidade, este grande empório de padecimentos regenerativos permanece dirigido por um sátrapa de inqualificável impiedade, que aliciou para si próprio o pomposo título de Grande Juiz 
Página 58 – Notei a existência de algumas organizações de serviços que nos pareceriam, na esfera carnal, in­gênuas e infantis, reconhecendo que a ociosidade era, ali, a nota dominante. E porque não visse crianças, exceção feita das raças de anões, cuja existência percebia sem distinguir os pais dos filhos, arrisquei, de novo, uma indagação, em voz baixa.
Respondeu o Instrutor, atencioso:
— Para os homens da Terra, propriamente considerados, este plano é quase infernal. Se a compaixão humana separa as crianças dos crimi­nosos definidos, que dizer do carinho com que a compaixão celestial vela pelos infantes?

QUADRO II
“A VIDA ALÉM DO VÉU” – Página 251 – “Entramos e fomos desafiados peloguarda no portão. Havia uma companhia de dez na guarda, porque o portão era principal e largo, com duas asas. 
“LIBERTAÇÃO” – CAPÍTULO V – Transcorridas longas horas em compartimento escuro, aproveitadas em meditações e preces, sem entendimentos verbais, fomos conduzidos, na noite imediata, a um edifício de grandes e curiosas pro­porções.
O esquisito palácio guardava a forma de enor­me hexágono, alongando-se para cima em torres pardacentas, e reunia muitos salões consagrados a estranhos serviços. fluminado externa e interior-mente pela claridade de volumosos tocheiros, apre­sentava o aspecto desagradável de uma casa incendiada.
Sob a custódia de quatro guardas da residên­cia de Gregório, que nos comunicaram a necessidade de exame antes de qualquer contacto direto com o aludido sacerdote, penetramos o recinto de largas dimensões, no qual se congregavam algu­mas dezenas de entidades em deploráveis condições. 
? Obs.: Neste caso, reconheço que a semelhança é pouco significativa. Mas vejam o contexto: ocorre que em “A Vida Além Do Véu”, o espírito comunicante (Arnel), informa que, juntamente a outros 14 espíritos, visitaram regiões das Trevas, onde chegaram a uma cidade. Nesta cidade, havia um líder, que ele menciona como governador, então ele menciona que a cidade tinha muralhas, cheiro muito ruim, uma casa que se destacava (do governador), havia guardas no “portão” da cidade e em outros lugares… Em “Libertação”, André Luiz narra que, na companhia de outros espíritos, eles visitam local semelhante. Tem uma casa que se destaca também, que é de Gregório, ao invés de “governador”, ele é oGrande-Juiz do local. Também há guardas, cheiro ruim e coisas assim… [Muitas semelhanças!] 
QUADRO III


“A VIDA ALÉM DO VÉU” – Página 252 – “Nós temos uma missão junto aos trabalhadores das minas, os quais seu mestre escraviza”. “Um fim muito atraente para sua jornada”, disse ele com um tom agradável, procurando nos enganar. “Estas pobres almas trabalham muito para estarem prontos para qualquer bom amigo que aja por eles, sua existência e seus problemas”. “E alguns”, eu disse, “estão também prontos para partir em direção à liberdade do jugo de seu senhor, o qual, cada um em seu degrau, está interligado a vocês todos”.
Num átimo sua FACE mudou de risonha para fechada e carrancuda, e seus dentes mostraram-se parecidos com os de um LOBO faminto. Mais ainda, com a mudança de humor, ali pareceu descer uma névoa mais escura e assentar-se sobre ele.”
“LIBERTAÇÃO” – CAPÍTULO V – De repente, parecendo sofrer a interferência de lembranças menos dignas, clamou:
— Quero vinho! vinho! prazer!…
Em vigorosa demonstração de poder, afirmou, triunfante, o magistrado:
— Como libertar semelhante fera humana ao preço de rogativas e lágrimas?
Em seguida, fixando sobre ela as irradiações que lhe emanavam do temível olhar, asseverou, peremptório:
— A sentença foi lavrada por si mesma! não passa de uma LOBA, de uma LOBA …

A medida que repetia a afirmação, qual se procurasse persuadi-la a sentir-se na condição do irracional mencionado, notei que a mulher, pro­fundamente influenciável, modificava a expressão fisionômica. Entortou-se-lhe a boca, a cerviz cur­vou-se, espontânea, para a frente, os olhos alteraram-se, dentro das órbitas. Simiesca expressão revestiu-lhe o ROSTO.

? Obs.: A questão envolve nas duas obras, a narrativa de que o espírito mudou sua fisionomia, parecendo-se com um lobo/loba. Além da semelhança nas duas histórias, observem as narrativas: “sua face mudou de risonha para fechada e carrancuda, e seus dentes mostraram-se parecidos com os de um lobo faminto”; e, “não passa de uma loba (…) Entortou-lhe a boca, a cerviz curvou-se, espontânea, para a frente, os olhos alteraram-se, dentro das órbitas. Simiesca expressão revestiu-lhe o rosto.

Enfim, histórias muito parecidas ou, até mesmo, “idênticas”. Seria, apenas uma coincidência?
QUADRO IV


“A VIDA ALÉM DO VÉU”  Página 252 – Nós deixamos isto para trás, e logo chegamos a um lugar onde se abria para nós uma ampla boca de caverna que levava para os lugares intestinos daquela região. Não andamos quase nada e veio em nossa direção, em rajadas, um vento de odor tão nojento e quente e fétido que voltamos e paramos por um pouco de tempo para recuperarmos as forças. Isto feito, endurecemos nosso coração e fomos para dentro e para baixo.
“LIBERTAÇÃO” – CAPÍTULO IV – Passamos a inalar as substâncias espessas que pairavam em derredor, como se o ar fosse consti­tuído de fluidos viscosos. Elói estirou-se, ofegante, e não obstante expe­rimentar, por minha vez, asfixiante opressão, busquei padronizar atitudes pela conduta do Instrutor, que tolerava a metamorfose, silencioso e palidís­simo.
? Obs.: As histórias são IDÊNTICAS – em “A Vida Além Do Véu”, Arnel e seu grupo reclamam do “vento nojento”, que “tirou as forças deles”; em “Libertação”, André Luiz reclama das substâncias que estão no ar, afirmando, ainda, que Elói estirou-se ofegante, isto é, “perdeu suas forças”.
Mais uma vez, simples coincidência?
– Para o exposto nos Quadros III e IV, só haveria, na minha opinião, duas hipóteses para eximir o Chico da acusação de plágio ou “inspiração” pelo livro de Owen:
1º) Considerar que houve coincidências envolvendo as histórias – o que, convenhamos, é muito pouco provável!
2º) Considerar que quem fez as “cópias” foi o André Luiz. Mas, neste caso, pergunta-se: por quê? Ele já não teria experiências pessoais e autênticas para contar?
Apêndice (Semelhanças em A CAMINHO DA LUZ – Chico Xavier/Emmanuel)

“A VIDA ALÉM DO VÉU” (página 302) – “Aqueles grandes mamíferos erépteis, dos quais vocês têm os remanescentes em forma fossilizada, eram maravilhosos produtos da energia criadora muito habilmente empregada. Mas quando vistos do mais avançado ponto de vista deste atual estágio de evolução,eles parecem rudes e fruto de trabalho artesanal desajeitado. Apesar disso, é bom lembrar que alguns deles foram grandes blocos que foram usados no assentamento das fundações sobre as quais um templo muito enfeitado de energia viva e progressiva está ainda hoje sendo construído; e, ao se contemplar estas fundações, pode-se estimar quanto este prédio progrediu em desenho, e também se pode perceber quão alto é o pé direito daquele andar no qual agora vocês estão para admirar a paisagem dos céus distantes naquelas regiões do espaço ondeainda estão evoluindo trabalhos de outras grandes Hierarquias que hoje estão, em seu próprio caminho, mobiliando novos mundos no estágio em que a terra estava quando estas fundações da vida atual foram construídas.”
“A CAMINHO DA LUZ” (páginas 28/29) – “A Natureza torna-se uma grandeoficina de ensaios monstruosos. Após os répteis, surgem os animais horrendos das eras primitivas.
Os trabalhadores do Cristo, como os alquimistas que estudam a combinação das substâncias, na retorta de acuradas observações, analisavam, igualmente, a combinação prodigiosa dos complexos celulares, cuja formação eles próprios haviam delineado, executando, com as suas experiências, uma justa aferição de valores, prevendo todas as possibilidades e necessidades do porvir.

Todas as arestas foram eliminadas. Aplainaram-se dificuldades e realizaram-se novas conquistas. A máquina celular foi aperfeiçoada, no limite do possível, em face das leis físicas do globo. (…) os animais monstruosos das épocas remotas, que lhe foram posteriores, desapareceram para sempre da fauna terrestre, guardando os museus do mundo as interessantes reminiscências de suas formas atormentadas.”

Como disse Sérgio Aleixo certa vez, na comunidade ADE RJ - ESPIRITISMO, do Orkut:
"Toda essa verdadeira "mitologia" foi autorizada no movimento espírita a partir de Chico Xavier/André Luiz... Toda essa literatura é produzida por admiradores inveterados de Chico Xavier/André Luiz...

Os tais "Dragões" surgem no imaginário do movimento espírita na obra "Libertação", a mesma onde surgem os "ovoides", a "licantropia", etc.

Lá está no cap. 8, um filho antagonizando sua mãe ao dizer:

"Ela serve ao Cordeiro, eu sirvo aos Dragões (1).

"(1) Espíritos caídos no mal, desde eras primevas da Criação Planetária, e que operam em zonas inferiores da vida, personificando líderes de rebelião, ódio, vaidade e egoísmo; não são, todavia, demônios eternos, porque individualmente se transformam para o bem, no curso dos séculos, qual acontece aos próprios homens. — Nota do autor espiritual."

Por isso costumo dizer que analisar as obras que por aí andam é enxugar gelo... a causa está toda em Chico Xavier/André Luiz... Ele é que inaugurou uma série de clamorosas adulterações do pensamento espírita, que têm nessas obras e médiuns mais recentes apenas uma sequência mais do que presumível... 

Eliminada a causa, o efeito cessaria naturalmente.. 
Não quero com isto dizer que seja inútil alertar quanto a tais obras... Vale muito!! É que os espíritas febianos também fazem alertas contra elas, esquecidos, porém, de que são meros apêndices de André Luiz, por sua vez, mero apêndice de obras do final do século XIX e início do XX, como aquela recebida em Oxford pelo rev. Owen, "A vida além do véu"... Tem até cavalinho voando sem asas, e puxando transporte para espíritos..."