segunda-feira, 11 de junho de 2012

CSI - Espiritismo: O Caso Dos Crimes de Lesa-Doutrina

Reedição unificada de artigo pelo 1 ano do blog e por ser o mesmo muito antigo e poucos o terem lido.







- "Eu não acredito nas pessoas, eu acredito nas evidências. Pessoas mentem, evidências não." – Gil Grissom (CSI)

Nesse estudo que tem inicio agora, investigaremos as cenas dos crimes de lesa-doutrina praticados contra o espiritismo desde a França até o Brasil de hoje e os responsáveis por eles e mesmo que algumas pessoas não considerem “crimes”, apenas por eles não entenderem como tal, temos que, nessa nossa comparação com a lei penal “A ignorância ou má interpretação da lei não justifica a falta do seu cumprimento nem isenta as pessoas das sanções nelas estabelecidas.”, pois em outra comparação se assemelha, a lesa-doutrina aos casos de imperícia, imprudência e negligencia por parte de quem médium ou não, cria o boato ou por parte do espírita que espalha apressadamente a inverdade, sem antes atentar a para a orientaçao de Erasto ou seja, “melhor rejeitar 9 verdades do que aceitar uma mentira”, mas como quase com certeza nunca leram nada do que Erasto disse, passam batido e ignoram a mentira e a aceitam como se verdadeira fosse, espalhando-a e como dizem os árabes da novela “O Clone”, “espalham a corrupção sobre a Terra”, isto é, corrompem o verdadeiro ensinamento doutrinário e fazem “a exposição da figura na Medina” do(s) médium(s) que primeiro lesaram o conhecimento das pessoas sobre a Doutrina e que como elas agiram imprudentemente, com negligencia e imperícia. Quanto Haram! Sorte deles que “o mármore do inferno” não existe (e nem o umbral também). 

ROUSTAING

Nosso desfile de lesadores da doutrina começa por Jean Baptiste Roustaing, que escreveu o livro “Os Quatro Evangelhos”, o primeiro cavalo de tróia ocultado no seio da doutrina, nem tanto pelo seu autor, pois passaria despercebido em breve tempo, mas muito mais pelos brasileiros da Federação Espírita Brasileira, que abraçaram tal obra, dando-lhe sobrevida e tempo para o câncer crescer, se espalhar e espalhar inverdades que hoje, a maioria dos espíritas que não gostam de raciocinar, engolem sem saberem a origem ou sem sequer terem ouvido falar em Roustaing.

Roustaing, antes de 1861, se honrava de ser espírita, chegando inclusive a trocar cartas fraternas com Kardec, a quem chamava de honrado Mestre e honrado Chefe espírita, mas a certa altura, mudou completamente de atitude, pois dizia, fora avisado mediunicamente de quando deveria publicar o material psicografado por Madame Colignon e tal se deu ao mesmo tempo em que deixou de se corresponder com o honrado Mestre, como chamava a Kardec, a quem nada dissera sobre o aviso mediúnico que recebera.

É o próprio Roustaing quem diz:


 “Em dezembro de 1861”, - prossegue ele – “foi-me sugerido ir à casa de Mme. Collignon, que eu não tinha a satisfação de conhecer, e a quem devia ser apresentado para apreciar um grande quadro mediunicamente desenhado (...) Lá fui. Oito dias depois voltei à casa de Mme. Collignon, com o intuito de lhe agradecer o acolhimento que me dispensara antes (...) No momento em que me preparava para sair, Mme. Collignon sentiu na mão a impressão e agitação fluídicas, indicadoras da presença de um Espírito desejoso de se manifestar. (Ela ficou na dúvida, sem saber se deveria escrever ou não). A instâncias minhas, condescendeu em se prestar à manifestação mediúnica. Então, no mesmo instante, sua mão, fluidicamente dirigida, pôs-se a escrever uma mensagem que foi assinada pelos Espíritos dos Evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João, que estavam ali assistidos pelos Apóstolos ...”


Ora, Roustaing também nunca dissera a Kardec que fora graças a instancias suas que Madame Collignon psicografara as mensagens do que seria “Os 4 Evangelhos”, que “humildemente” chamara de “A Revelação da Revelação” ou de “A Quarta Revelação”, ou seja, subrepticiamente, Roustaing queria dizer que fizera uma revelação que superava a terceira revelação codificada por Kardec. E anos mais tarde, um espírito, de cunho claramente roustainguista, por intermédio de um médium brasileiro, apesar de Roustaing ter feito tudo a revelia de Kardec, seu honrado chefe espírita, ainda tem a coragem de chamar Roustaing, de coadjutor de Allan Kardec, na obra do Espiritismo. Ainda bem que Kardec não escolhera Roustaing como auxiliar.

Allan Kardec só veio a tomar conhecimento do trabalho de Roustaing, quando este, em meados de 1866, ou seja, em junho desse ano, lhe enviou a obra “Os Quatro Evangelhos”, ou “Revelação da Revelação”, que acabara de publicar.

Kardec leu, encontrou alguma coisa boa nas explicações dadas pelos Espíritos que se comunicaram através da mediunidade de Madame Collignon, mas, no seu conjunto, não gostou nada, considerando-as “opiniões pessoais” dos Espíritos que as formularam. Deveriam, pois, “passar pela sanção do controle universal”. Por isso mesmo, “até mais ampla confirmação, não poderiam ser consideradas como partes integrantes da Doutrina Espirita”. (Ver “Revista Espirita” de junho de 1866 – Edicel, pág. 180).

E não era pra menos que Kardec nao gostara, pois o conteudo de “Os 4 Evangelhos” pela falta de bom-senso e por não seguir o controle universal dos espíritos. O livro dizia e defendia coisas como:

- O corpo fluídico de Jesus, ou seja, para Roustaing, Jesus teria tido um corpo aparente, isto é, não teria encarnado. Logo, toda a vida, nascimento e morte de Jesus seria uma farsa, um simulacro indigno de Jesus, como diria Kardec.

- Nossas existências se dariam apenas e tão somente na espiritualidade, onde evoluiríamos e só cairíamos no ciclo reencarnatorio, ao errarmos pela primeira vez na espiritualidade e reencarnaríamos como criptógamos carnudos, ou seja, como lesmas carnudas. Quer dizer, uma metempsicose disfarçada.

Mas, a coisa pioraria se é que isso é possível, pois Roustaing “mordido” por Kardec não ter aprovado “Os 4 Evangelhos” e ter dito que Roustaing “em vez de proceder por gradação, quis atingir o fim de um salto”, o advogado Jean-Baptiste Roustaing deixara escrito um prefacio para ser publicado após a morte de Kardec. E foi publicado, mas após a morte de Amelie Boudet, a senhora Kardec e também da própria morte do autor de “Os 4 Evangelhos”. Só posso pensar em covardia de Roustaing, pois não quis enfrentar Kardec e nem a viuva deste e deixou a seus discípulos a tarefa de publicar seu despeito mal educado..

Aqui o link do site do companheiro Sergio Aleixo com boa parte do prefacio escrito por Roustaing para ser publicado por seus discípulos após morte de Kardec:

PIERRE GAËTAN LEYMARIE



Este é o caso, não de lesão causada por má-fé, mas um exemplo de como a falta de firmeza de princípios e tolerância excessiva pode ser prejudicial e lesiva a doutrina.

O texto abaixo foi tirado do pdf escrito pelo companheiro Artur Felipe Azevedo:http://www.4shared.com/document/f0uwlJjP/Espiritismo_x_Ramatisismo_2011.html

“Conforme se póde claramente notar em escritos, documentos e depoimentos da época, o Codificador era rigoroso no cumprimento das disposições estatutárias e na disciplina na condução das atividades aí realizadas. Exigia de todos os participantes extrema seriedade e isso contribuiu para dar muita credibilidade à instituição e aos seus pronunciamentos acerca dos assuntos tratados. Era extremamente prudente e austero nos pareceres exarados e nunca permitiu que a Sociedade se tornasse arena de controvérsias e debates estéreis, geralmente fomentados por indivíduos interessados em desviarem o Espiritismo dos rumos estabelecidos nas obras da Codificação.

Com o desencarne de Allan Kardec em 1869, vitimado por um aneurisma, um de seus colaboradores mais diretos, Pierre Gaëtan Leymarie, passou a exercer as funções de redator-chefe e diretor da .Revue Spirite. (1870 a 1901) e gerente da .Librairie Spirite. (1870 a 1897). No entanto, sem as mesmas credenciais do Codificador e por seu excessivo espírito de tolerância, não foi capaz de obstruir a ação de (pseudo) adeptos que desvirtuaram a finalidade da Revista, abrindo suas páginas à propaganda de filosofias espiritualistas, inclusive à de Roustaing, que diverge do Espiritismo. Houve, ao mesmo tempo, o desvirtuamento das finalidades da Revista Espírita, em que foi oferecido .terreno livre a lutadores de todas as correntes com a condição de que defendessem causas espiritualistas ou de ordem essencialmente humanitária e moral, expondo-se assim às críticas acirradas de uns, às acusações ou descontentamento de outros...., conforme conta na obra .Processo dos Espíritas. (ed. FEB, 1977, págs. 22/23 da 2ª edição). Nesses .lutadores de todas as correntes. incluíam-se adeptos do Orientalismo, como teosofistas, budistas, ocultistas, esotéricos, etc., como consta da obra .Allan Kardec. (FEB, vol. III) de Zêus Wantuil e Francisco Thiesen.

Esta é, portanto, a causa do desaparecimento do Espiritismo na França. O sincretismo, a miscelânea do Espiritismo com outras correntes espiritualistas, desfigurando por completo a prática espírita, que até hoje é confundida, na França e em praticamente toda a Europa, com toda a sorte de superstições, como a astrologia, quiromancia, feitiçaria, bruxaria, etc”

Como vemos, os misticismos já ocorriam na França e foram causa de extinção espírita na Europa como um todo. Seremos místicos no Brasil tambem e assisitiremos mais uma extinção aqui?

BEZERRA DE MENEZES



Bezerra, por ser muito católico, ao se tornar espírita, logo se sentiu atraído pela corrente que defendia e pregava o roustainguismo, chegando mesmo, como presidente que fora da FEB, a considerar o livro roustainguista como parte integrante do órgão febiano.

Ninguém aqui nega que Bezerra tenha sido um espírito de bom coração, que tenha feito jus ao epíteto de “medico dos pobres”, mas ninguém disse tambem que ser bondoso, mesmo que extremamente bondoso, faz com que a pessoa tenha atitudes lógicas e inteligentes. E embora a escolha seja algo inteiramente pessoal, não há como negar que Bezerra fez uma escolha ilógica e cheia de contradições e pior, impingiu essa escolha a toda uma coletividade de espiritas, cujos efeitos se fazem sentir até hoje na relação dos espiritas, com uns aprovando o que veio de incoerência depois, pensamentos herdeiros do roustainguismo e outros discordando sensatamente de pensamentos incoerentes e se posicionando pela coerência doutrinaria.

Em outras palavras, Bezerra deixou que uma questão de gosto pessoal “estragasse” o movimento espírita por décadas, fazendo ter inicio um cisma entre os espíritas até hoje, que passou por uma disputa entre os cientificistas, liderados por Angeli Torterolli e os místicos de então, liderados por Bezerra.

No site “O Franco Paladino”, consta a seguinte declaração de Bezerra:

'Um leitor do jornal "Gazeta de Notícias" , em carta do dia 22 de abril de 1897, fez a seguinte pergunta ao Dr. Bezerra de Menezes: "... podemos tomar os livros publicados pelo Dr. Saião como normas a seguir em nosso Grupo?" (Como se sabe, Saião também era roustainguista). Bezerra prontamente respondeu: "Allan Kardec só apanhou o que os Altíssimos Espiritos da legião do Espírito de Verdade lhe deram - e estes só deram o que era compatível com a compreensão atual do homem terreal (...) Eis que já apareceu Roustaing, o mais moderno missionário da lei, que, em muitos pontos, vai além de Kardec, porque é inspirado como este, mas teve por missão dizer o que este não podia, em razão do atraso da Humanidade."

"Não divergem no que é essencial, mas sim no modo de compreender a verdade..."

"Roustaing confirma o que ensina Allan Kardec, porém, adianta mais que este (...) é, pois, um livro precioso e sagrado o de Rostaing (...) O livro de Saião é um resumo do de Roustaing, com as vantagens de Allan Kardec" (Ver Sylvo Brito Soares em "Vida e Obra de Bezerra de Menezes" págs. 98 e 99, 2ª edição da FEB).

E foi isso que Bezerra de Menezes disse. Podem dizer que Bezerra era bondoso. Que Bezerra era caridoso. Que Bezerra tinha atitudes humanitárias. Não é isso que está em discussão, mas sim que Bezerra conseguiu a presidência da FEB, pela posição de defender “Os 4 Evangelhos”, que consta no Estatuto da FEB, em seu art. 1º parágrafo único que "Além das obras Básicas da Codificação de Allan Kardec, o estudo e a difusão do Espiritismo compreenderão também a obra "Os Quatro Evangelhos" de J.B. Roustaing".

Quer dizer, juntaram no estatuto coisas tão inconciliáveis quanto o oleo e a agua, ou seja, não misturáveis.

Podem avançar no tempo e dizerem que o espírito Bezerra, disse através da mediunidade de Chico Xavier que, KARDEQUIZAR É A LEGENDA DE AGORA e isso difere do que Bezerra encarnado dissera anos antes ao leitor no jornal. Os espíritos evoluem, se tal mensagem por Chico for verdadeira, mas Chico não foi o mesmo médium que disse que em “Brasil, Coraçao do Mundo, Pátria do Evangelho" Roustaing fora o coadjutor de Kardec na codificação, quando vimos que não foi?



FEDERAÇAO ESPIRITA BRASILEIRA



A FEB, como acabamos de ver, é roustainguista até a alma. Dizem que ela até tentou suprimir do estatuto a obrigatoriedade de ter que estudar e difundir “Os 4 evangelhos”, mas que o roustenguista Luciano dos Anjos entrou na Justiça para impedir que o estatuto passasse a não conter mais a obra de Roustaing como obrigatória. Não sei se Luciano dos Anjos é diretor da FEB, presidente sei que não é, mas acho estranho que alguém que não seja membro representativo de órgão como a FEB e mesmo que seja diretor tenha um poder de impedir na Justiça a suposta vontade dos membros desse mesmo órgão de expurgar algo que seja do estatuto. 


Fica a pergunta: será que foi o Luciano mesmo que entrou na Justiça para impedir o expurgo, se é que foi dada entrada mesmo? Ou será que foi a própria FEB que inventou isso pra posar de boa moça, como quem diz “tentamos, mas não conseguimos tirar os 4 evangelhos do estatuto”?


Outro ponto a falar sobre a FEB, é sobre a mensagem do pseudo-Kardec rustenista/ismaelita, psicografado, não por acaso por um médium rustenista, Frederico Junior. (as frases abaixo do pseudo Kardec foram tiradas do pdf intitulado “Analise das Mensagens do Anjo Ismael” de autoria de Artur


O pseudo-Kardec da FEB renuncia á sua condição de Codificador do Espiritismo ao declarar que a Doutrina Espírita está contida nos "Os Quatro Evangelhos" de Roustaing -A Revelação da Revelação: 


"... tudo converge para a Doutrina Espírita -Revelação da Revelação". (pág. 16) 


O "templo" de Ismael é exaltado: 


"Disciplinai-vos pelos bons costumes no Templo de Ismael..." (pág. 19) 


Como se vê, num centro doutrinariamente roustainguista, a mensagem atribuída a Kardec não poderia ser de outra forma. Os espíritos, adeptos do Docetismo (que pregava o corpo aparente de Jesus), ressuscitado por Roustaing, a cuja falange pertence Ismael, forjaram um Kardec para atestar a suposta missão do "anjo" Ismael e a importância da "Revelação da Revelação". 


Um Kardec irreconhecível, que sai em defesa desesperada de Ismael e diz: 
"Assim, quando os inimigos da Luz -quando o espírito da trevas julgava esfacelada a bandeira de Ismael, símbolo da Trindade Divina..." (pág. 14) 

Vemos dois erros graves: a expressão "espírito das trevas", que Kardec jamais usou, por ser errada e inadequada (ver pergunta 361-A de O LE), e a defesa da trindade divina, inaceitável para o Espiritismo.

O Kardec da FEB é místico
 .

Vejam só:
 


"Se fora possível, a todos os que estremecem diante desses quadros horrorosos, praticar o jejum de que falava Jesus aos seus apóstolos; se fora possível a cada um compreender o papel do verdadeiro sacerdote, de que se acha incumbido, quando procura repartir a hóstia sagrada, no altar de Jesus, com seus irmãos na Terra." (p.250) 


O pseudo-Kardec da FEB enaltece a caridade sem discernimento: 


"A caridade que exclui a razão, a prudência e o bom-senso -a verdadeira caridade -é instintiva!" (p.29) 

E se contradiz mais adiante:
 


"Assim pois, o bem deve ser feito indistintamente, seja qual for o terreno em que houvermos de praticar. Mas, nem o próprio bem pode excluir a nossa razão, quando, tratando-se da justiça de Deus, pretendemos contrariá-la." (p.36) 

E a FEB tem muito outras coisas mais que poderíamos contar como casos de lesa-doutrina, pois por ela se intitular a “casa-mater” do Espiritismo, repousaria sobre ela o papel de ser fiel guardiã da pureza doutrinária, mas o que vimos e vemos é um show de desrespeito ao Espiritismo, de esquecimento do pensamento kardequiano. E a grande maioria das falhas febianas ou de pessoas ligadas a FEB, sejam estas dirigentes ou médiuns, tem o denominador comum Jean-Baptiste Roustaing, seja por ignorância ou por conivência consentida e poderíamos enumerar Antonio Luiz Sayão (1829) e Bittencourt Sampaio (1834) os primeiros espíritas a serem fascinados em terras tupiniquins pelo chamado “anjo Ismael”. 

"Assim pois, o bem deve ser feito indistintamente, seja qual for o terreno em que houvermos de praticar. Mas, nem o próprio bem pode excluir a nossa razão, quando, tratando-se da justiça de Deus, pretendemos contrariá-la." (p.36) 

E a FEB tem muito outras coisas mais que poderíamos contar como casos de lesa-doutrina, pois por ela se intitular a “casa-mater” do Espiritismo, repousaria sobre ela o papel de ser fiel guardiã da pureza doutrinária, mas o que vimos e vemos é um show de desrespeito ao Espiritismo, de esquecimento do pensamento kardequiano. E a grande maioria das falhas febianas ou de pessoas ligadas a FEB, sejam estas dirigentes ou médiuns, tem o denominador comum Jean-Baptiste Roustaing, seja por ignorância ou por conivência consentida e poderíamos enumerar Antonio Luiz Sayão (1829) e Bittencourt Sampaio (1834) os primeiros espíritas a serem fascinados em terras tupiniquins pelo chamado “anjo Ismael”. 

Também contam-se entre aqueles que contribuíram com desinformações e inverdades, também lesando o conhecimento doutrinário, pessoas como Edgar Armond (1894), que escreveu a obra esotérica, digo “espirita”, “Os Exilados de Capela”; Guillon Ribeiro (1875), que alem de traduzir o prefacio de “Os 4 Evangelhos” de Roustaing, onde o mesmo achincalha Kardec, ainda dá razão Roustaing, Guillon Ribeiro nos faz o “favor” sem o qual nós, espíritas, não teríamos como viver, o de importar para o Brasil, o livro “A Grande Síntese”, de Pietro Ubaldi. E temos ainda, Ismael Gomes Braga, outro que “contribuiu” enormemente para o Festival de Besteiras que Assola o Movimento Espírita (o FeBeAME), com seu livro baseado em Roustaing, chamado de “Elos Doutrinários”, quando este falava de tudo, menos de doutrina, o que mereceu um livro-resposta de Julio Abreu Filho (1893), um defensor da pureza doutrinaria e cujo livro foi chamado “Erros Doutrinários”, uma ironia, uma parodia muito séria do titulo do livro de Ismael Gomes Braga.

CHICO XAVIER


Chico Xavier é outro que, a exemplo de Bezerra de Menezes, foi influenciado fortemente pelo catolicismo, só que ao contrario de Bezerra, não se convenceu do Espiritismo pela leitura, mas sim pelo fenômeno mediúnico.


Igualmente, tal como Bezerra, Chico é considerado por sua bondade e caridade, mas as pessoas apenas admiram, sem contudo repetirem ou sequer tentarem repetir o que a pessoa alvo da admiração pratica, ou seja, apenas idolatram, alguns até fanatizadamente, mas o fato de até reconhecermos a bondade e prática da caridade por Chico, não nos obriga, não está vinculado a uma aceitação, uma concordância do que Chico diga no campo “doutrinário”(?) sem a necessária concordância do ensino dos espíritos, que dizia Kardec, seria a única garantia séria que o que os espíritos dissessem teria e as coisas que os espiritos Emmanuel e André Luiz falavam nunca tiveram essa concordância dos espíritos, e as vezes nem entre os citados espíritos eles concordavam.

Dos espíritos que acompanhavam o Chico, o mais rustenista de todos era o jesuíta Emmanuel que por varias vezes desmentia e desautorizava Kardec, como no caso do livro Consolador, em que dizia que Espiritismo era “Ciência, Filosofia e... Religião” em vez do que o Codificador nao cansava de dizer, isto é “Ciência, Filosofia e MORAL”.

E depois dizia para Chico que caso ele, Emmanuel dissesse algo contrario ao que Kardec dissera, que o abandonasse e ficasse com Kardec. Mas, Chico seguiu o seu amigo espiritual? Nesse caso e em qualquer outro que Emmanuel dissesse algo contrario ao que Kardec dissera, ele abandonava Kardec e ficava com Emmanuel. Seria o caso de perguntar:

- Será que Chico conhecia, sabia o que Kardec dissera pra ficar com ele e não com Emmanuel? Ou será que com tantos livros para psicografar, com tantas cartas de filhos mortos de mães desesperadas para consolar, não sobrava tempo pra Chico ler a doutrina que diz que abraçara?


E Emmanuel disse o contrario do que Kardec falara de novo. Disse que almas gêmeas existiam, mas o pior não é isso, o pior são os espiritas aceitarem isso como verdade e não aceitarem o que Kardec dissera. Ser contra a evocação, dizendo que o telefone toca de la para ca, tambem é ir contra a codificação. Só tenho uma explicação: misto de fanatismo por Chico/Emmanuel e desconhecimento total do que Kardec dizia.

O rustenismo é deturpação perigosa, porque se alastra sorrateiro, não em suas obras principais, mas mediante livros psicografados por Chico Xavier.

Leia mais no site “O Primado de Kardec” do companheiro Sergio Aleixo :http://oprimadodekardec.blogspot.com/2011/02/capitulo-13-o-rustenismo-nas-obras-de.html

E assim, se lermos atentamente e observarmos atentamente a historia do movimento espírita no Brasil, principalmente, veremos o roustainguismo enfronhado no movimento espírita subrepticiamente e esse enfronhamento se verificaria como Erasto dizia aos espíritas de Bordeaux e por tabela aos espiritas atuais: “...Tereis de lutar não só contra os orgulhosos, os egoístas, os materialistas e todos esses infelizes que se acham imbuídos do espírito do século, mas, ainda e principalmente, contra a turba dos Espíritos enganadores que, encontrando em vosso meio uma rara reunião de médiuns, pois a tal respeito sois os mais favorecidos, logo virão assaltar-vos: uns, com dissertações sabiamente combinadas, nas quais, graças a algumas tiradas piedosas, insinuarão a heresia ou algum princípio subversivo; outros, com comunicações abertamente hostis aos ensinos dados pelos verdadeiros missionários do Espírito de Verdade(...)”


Ora, sem querer afirmar nada, mas já afirmando: em quem essa frase em vermelho se encaixa? Piedoso, espalhando princípios subversivos e por vezes, se comunicaram contra ensinamentos constantes na codificação, mas “humildemente” diziam para abandona-lo e ficar com Kardec, caso dissesse algo contrario ao que o Codificador dissera?

E quanto a Chico? Prefiro acreditar que ele foi também  bucha de canhão ingenua para espíritos e encarnados, ambos interesseiros, que mutilaram, adulteraram varias psicografias de Chico para caber no rustenismo. Não que a meu ver, essa ingenuidade faça de Chico inocente, pois ninguém pode alegar desconhecimento da lei para pretextar inocência. É assim na lei humana e é assim na lei divina, e ele também tem parcela de culpa na alienação doutrinária que contaminou grande parte dos espiritas.

Para concluir, já que são muitos os maus exemplos que lesaram a doutrina e prosseguem lesando, agora numa massa de manobra formado por centenas de papagaios que repetem, sem raciocinarem, no o que outros disseram ou escreveram antes e assim não evoluem, citarei a frase que Julio de Abreu Filho, o defensor da pureza doutrinaria, disse em “Erros Doutrinários”:

"Se a Federação Espírita Brasileira se sente com vocação para ser uma federação espírita brasileira; se a grande maioria dos espíritas brasileiros são kardecistas e desejam a modificação do statu quo criado pelos roustainguistas; se estes (os roustainguistas), estão realmente convencidos das excelências de seu cisma, por que então não concordam em tirar a limpo aquilo que os kardecistas impugnam?"

E conclui: "Se a F.E.B. está com a verdade, é magnífica oportunidade de esclarecer seus opositores, que também são filhos de Deus. Se não o aceitar, é que teme a verdade. Restará então aos kardecistas continuarem proclamando a verdade com a FEB, sem a FEB, ou apesar da FEB" 

Muito bem! É assim que devem agir os verdadeiros cientistas espíritas, já que Espiritismo é uma ciência como o definiu Allan Kardec.

                                      









Nenhum comentário:

Postar um comentário