Apresentamos o artigo tirado de O Livro dos Mediuns acerca do assunto laboratorio do Mundo Invisivel, tratado por Kardec, sobre as roupas e objetos de uso corrente dos espíritos enquanto encarnados, mesmo apos desencarnados quando se materializavam portando esses objetos, com o fim de serem mais facilmente reconhecidos. A tradução é de José Herculano Pires.
Interessante notar que tais materializações de objetos fabricados pelos espíritos são sempre efemeras e não volumosas, nos casos de escrita direta pela utilidade que se tinha em guarda-las, mas eram pouco ou nada volumosas nos demais casos.
Entao, não procede, de uma vez por todas, acreditar que o aerobus, fosse criação plasmada pela vontade dos espíritos, até mesmo por que um aerobus se supoe seja um onibus espiritual que voa, e volumoso. Voa pelascadeias de montanhas espirituais que haveria, segundo André Luiz, no plano espiritual.
Senhoras e senhores, nao quero convencer ninguém da inexistencia de Nosso Lar. Mas, tenho o dever de falar sobre o que o espiritismo codificado por Kardec nos diz. A cada qual cabe julgar se é espírita e segue Kardec ou se é andreluizista e segue a André Luiz.
LABORATÓRIO DO MUNDO INVISIVEL
126. Dissemos que os Espíritos se apresentam vestidos de túnicas,
envoltos em panos flutuantes ou com as roupas comuns. Os panos flutuantes
parecem ser de uso geral no mundo os Espíritos. Mas perguntam-se onde eles
encontram roupas inteiramente semelhantes às que usavam em vida, com todos os
acessórios do traje. É evidente que não levaram esses objetos com eles, pois
que ainda se encontram conosco. De onde provém então o que eles usam no outro
mundo?
Esta questão era bastante intrigante,
mas para muitas pessoas não passava de simples curiosidade. Não obstante,
implicava um problema de grande importância, pois sua solução nos encaminhou à
descoberta de uma lei geral que igualmente se aplica ao nosso mundo corpóreo.
Numerosos fatos vieram complicar o assunto e demonstrar a insuficiência das
teorias aventadas.
Tivemos então a idéia de que os
corpos inertes poderiam possuir correspondência etéreos no mundo invisível, que
a matéria condensada que forma os objetos poderia ter uma parte quintessenciada
inacessível aos nossos sentidos.(1) Essa
doutrina não era destituída de verossimilhança, mas não podia explicar todos os
fatos. Havia um, sobretudo, que parecia desafiar todas as interpretações. Até
então se tratava apenas de imagens ou aparências, e já vimos que o perispírito
pode adquirir as propriedades da matéria e tornar-se tangível. Mas essa
tangibilidade é passageira e os corpos sólidos se desvanecem como sombras.
Não há dúvida de que se trata de
fenômeno extraordinário, mas o que o ultrapassa é a produção de matéria sólida
persistente, provada por numerosos fatos autênticos, notadamente os de escrita
direta de que tratemos com minúcias em capítulo especial. Entretanto, como
esses fenômenos se ligam intimamente ao assunto em causa, representando uma das
suas manifestações mais positivas, anteciparemos a ordem em que deviam
aparecer.
127. A escrita direta ou
pneumatografia é a que se produz espontaneamente, sem o concurso das mãos do
médium nem do lápis.(2) Basta
tomar folha de papel em branco, o que se pode fazer com todas as precauções
necessárias para se prevenir qualquer fraude, dobrá-la e depositá-la em algum
lugar, numa gaveta ou sobre um móvel. Se houver condições, dentro de algum
tempo aparecerão traçados no papel letras os sinais diversos, palavras, frases
e até mesmo comunicações. Na maioria das vezes com uma substância escura,
semelhante à grafita, e de outras com lápis vermelho, tinta comum e mesmo tinta
de impressão.
128. Foi o Espírito São Luís que nos
deu a solução com as seguintes respostas:
1. Citamos um caso de aparição do
Espírito de pessoa viva. Esse Espírito tinha uma tabaqueira e tomava pitadas.
Experimentava ele a sensação que experimentamos no caso?
— Não.
2. A tabaqueira tinha a mesma forma
da que ele usava habitualmente e que estava em sua casa. O que era essa
tabaqueira nas mãos desse homem?
— Uma aparência. Era para ser notada,
como foi, e para que a aparição não fosse tomada por alucinação produzida pelo
estado de saúde da vidente. O Espírito queria que a senhora acreditasse na
realidade da sua presença e tomou todas as aparências da realidade.
3. Disseste que era uma aparência,
mas uma aparência nada tem de real, é como uma ilusão de óptica. Queremos saber
se essa tabaqueira era uma imagem irreal ou se havia nela algo de material.
— Certamente. É com a ajuda desse
princípio material que o Espírito aparenta vestir-se com roupas semelhantes às
que usava quando vivo.
A experiência nos ensina que não
devemos tomar sempre ao pé da letra as expressões usadas pelos Espíritos.
Interpretando-as segundo as nossas idéias, expondo-nos a grandes decepções. É
por isso que precisamos aprofundar o sentido de suas palavras quando apresenta
a menor ambigüidade. Essa recomendação os próprios Espíritos nos fazem
constantemente. Sem a explicação que provocamos, a palavra aparência, sempre
repetida nos casos semelhantes, poderia ser falsamente interpretada.(3)
4. Seria um desdobramento da matéria
inerte? Haveria no mundo invisível uma matéria essencial que revestiria as
formas dos objetos que vemos? Numa palavra, esses objetos teriam o seu duplo
etéreo no mundo invisível, como os homens são ali representados pelos
Espíritos?
— Não é assim que isso se dá.O
Espírito dispõe sobre os elementos materiais dispersos por todo o espaço da
vossa atmosfera, de um poder que estais longe de suspeitar. Ele pode concentrar
esses elementos pela sua vontade e dar-lhe a forma aparente que convenha às
suas intenções.
— Parece-me que a resposta precedente
resolve a questão. Não sabes que o próprio perispírito é alguma coisa?
6. Resulta desta explicação que os
Espíritos submetem a matéria etérea às transformações que desejam. Assim, por
exemplo, no caso da tabaqueira o Espírito não a encontrou feita, mas ele mesmo
a produziu, quando dela necessitou, por um ato da sua vontade, e da mesma
maneira a desfez. É isso mesmo que se dá com todos os outros objetos, como as
roupas, as jóias, etc…?
— Mas é evidente.
— Poderia.
— Sim.
9. Se ela abrisse, provavelmente
encontraria tabaco, e se o tomasse espirraria?
— Sim.
— Se o quiser. Foi em virtude desse
princípio que respondi afirmativamente às perguntas anteriores. Terás provas da
ação poderosa que o Espírito exerce sobre a matéria e que estás longe de supor,
como já disse.
— O Espírito poderia fazê-la, mas não
a faria porque isso não lhe é permitido.
12. Poderia fazer uma substância
salutar, apropriada à cura de uma doença, e isso já aconteceu?
— Sim, muitas vezes.
13. Poderia então, da mesma maneira,
fazer uma substância alimentar? Suponhamos que fizesse uma fruta ou uma iguaria
qualquer. Alguém poderia comê-la e sentir-se saciado?
— Sim, sim. Mas não procures tanto
para achar o que é tão fácil de compreender. Basta um raio de sol para tornar
perceptíveis aos vossos órgãos grosseiros as partículas materiais que enchem o
espaço no meio do qual vives. Não sabes que o ar contém vapor dágua?
Condensa-os e voltarão ao estado normal. Priva-os de calor e verás que essas
moléculas impalpáveis e invisíveis se transportam num corpo sólido e bem
sólido. Assim muitas outras substâncias de que os químicos ainda tirarão
maravilhas mais espontâneas. Mas acontece que o Espírito possui instrumentos
mais perfeitos que os vossos: à vontade e a permissão de Deus.
14. Os objetos que à vontade do
Espírito tornaram tangíveis poderiam permanecer nesse estado e ser usados?
— Isso poderia acontecer, mas isso
não se faz porque é contrário às leis.
15. Todos os Espíritos têm no mesmo
grau o poder de produzir, objetos tangíveis?
— O certo é que o Espírito, quanto
mais elevado, mais facilmente o consegue, mas isso também depende das
circunstâncias: os Espíritos inferiores podem ter esse poder.
— Não. Muitas vezes
ajuda a formá-los por uma ação instintiva, que ele mesmo não compreende, se não
estiver suficientemente esclarecido para isso.
17. Se o Espírito pode tirar do
elemento universal os materiais para essas produções, dando a essas coisas uma
realidade temporária, com suas propriedades, pode também tirar o necessário
para escrever, o que nos daria a chave do fenômeno de escrita direta?
— Afinal, chegaste onde querias!
Nota de Kardec: Com efeito,
era a isso que desejamos chegar com todas as nossas perguntas preliminares. A
resposta prova que o Espírito lera o nosso pensamento.
— Não tires conclusões das palavras.
Para começar, eu não disse: jamais. Tratava-se de objeto material volumoso.
Nesse caso, são sinais escritos que é útil conservar e se conservam. O que eu
quis dizer é que os objetos assim compostos pelo Espírito não poderiam
tornar-se de uso, porque na realidade não possuem a mesma densidade material
dos vossos corpos sólidos.
130. A existência de uma matéria
elementar única é hoje quase geralmente admitida pela ciência e os Espíritos a
confirmam, como acabamos de ver. Essa matéria dá origem a todos os corpos da
Natureza. As suas transformações determinam as diversas propriedades dos corpos.
É assim que uma substância salutar pode tornar-se venenosa por uma simples
modificação. A Química nos oferece numerosos exemplos nesse sentido.
131. Esta teoria nos dá a solução de
um problema do magnetismo, bem conhecido mas até hoje, inexplicado, que é o
fato da modificação das propriedades da água pela vontade. O Espírito agente é
o do magnetizador, na maioria das vezes assistido por um Espírito desencarnado.
Ele opera uma transmutação por meio do fluido magnético que, como já dissemos,é
a substância que mais se aproxima da matéria cósmica ou elemento universal. E
se ele pode produzir uma modificação nas propriedades da água, pode igualmente
fazê-lo no tocante aos fluidos orgânicos, do que resulta o efeito curativo da
ação magnética convenientemente dirigida.
Sabe-se o papel capital da vontade em
todos os fenômenos magnéticos. Mas como explicar a ação material de um agente
tão sutil? A vontade não é uma entidade, uma substância e nem mesmo uma
propriedade da matéria mais eterizada: é do atributo essencial do Espírito, ou
seja, do ser pensante. Com a ajuda dessa alavanca ele age sobre a matéria
elementar e em seguida reage sobre os seus componentes, com o que as
propriedades íntimas podem ser transformadas.
(1) Essa teoria do duplo etéreo das coisas é verdadeira a tanto para
o Espiritismo quanto para outras correntes espiritualistas, mas não se aplica
ao caso das aparições. A explicação dos Espíritos revela mais uma vez a sua
independência em relação às idéias admitidas, mesmo tradicionalmente, em nossos
sistemas. (N. do T.)
(2) Posteriormente
admitiu-se a escrita direta por meio de lápis e outros instrumentos, mas sem o
uso das mãos. Ver as experiências de Zolner com o médium Slade, em Provas
Científicas da Sobrevivência. (N. do T.)
(3) Esta observação de
Kardec é de maior importância para todos os que de dedicam ao Espiritismo
prático. Os Espíritos estão num mundo diferente do nosso e mesmo quando usam a
nossa linguagem esta nem sempre corresponde à nossa maneira de ver. Precisamos
estar atentos ao que dizem e provocam todos os esclarecimentos que nos parecem
necessários. O problema da linguagem dos Espíritos, já levantado por Kardec,
requer estudos aprofundados que ainda estão por ser feitos. (N. do T.)
(4) Todas estas
questões estão sendo hoje sancionadas pelo avanço das Ciências em seus vários
ramos. O desenvolvimento da Física nuclear ampliou as possibilidades acima
referidas por Kardec. Hoje se sabe que a matéria elementar é uma realidade e
sua natureza não é atômica, mas subatômica. O fluido universal dos Espíritos
tão ridicularizado até a pouco, já é admitido pela Ciência com outros nomes: o
oceano de elétrons livres da teoria de Dirac, os campos de força, o poder
desconhecido que está por trás da energia, segundo Arthur Compton e que parece
ser pensamento, etc. Quando à ação da vontade sobre a matéria a Medicina
Psicossomática e a Parapsicologia se incumbiram de prová-la, mesmo nos
encarnados. (N. do T.)
(5)Os estudos de Hipnotismo
científico definiram a hipnose como simples sugestão, relegando ao passado o
problema da ação fluídica, considerada como
superstição. Mas o magnetismo é elemento natural, cujas manifestações e
aplicações não se limitam ao tipo de hipnose clínica. Nesta, ele se manifesta
em função autógena, mas a maioria de suas manifestações é exógena. A
modificação das propriedades da água pode ocorrer como simples sugestão,
limitada ao paciente, mas há também fenômenos materiais de
alteração dessas propriedades, perspectivas por todos. No primeiro caso não
houve modificação alguma na água,mas apenas na percepção do paciente. No
segundo,as modificações são reais. Os casos dessa natureza ocorrem facilmente
com médiuns de efeitos físicos. Atualmente os parapsicólogos procuram explicar
esses fenômenos como ação de mente a matéria, com a denominação
técnica de psicocinesia. Também neste campo a tese espírita permanece e a
Ciência vai aos poucos se reaproximando dela. René Sudre antiespírita
irredutível, ainda recentemente, no seu “Tratado de Psicologia”,anota o
seguinte: A descoberta dos elétrons materiais leva-nos mais ou menos a teoria
newtoniana da emissão. Eis,pois, que o fluido reaparece no próprio coração da
Física contemporânea.
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