sábado, 7 de abril de 2012

Kardec Errou?


          Alguns andam à cata de erros em Kardec e se apressam em dizer que os encontraram como se achar erros em quem quer que seja, seja sinônimo de vitória de quem os procurava. Não falo aqui de acusações feitas por católicos ou evangélicos, que se atiram em qualquer dado ínfimo da vida do codificador para tentar diminuí-lo perante os néscios que nunca ouviram falar em Kardec, as vezes chegando mesmo a inventar mentiras sobre o mesmo mas falo de “espíritas” que, fazem coro em algumas mentiras inventadas por católicos e evangélicos e acrescentam outros erros, aparentes ou não, mas apenas para, não buscar a verdade que essa época racionalmente comporta, mas tão somente para tentar esconder os erros de Chico Xavier, tipo como se dissessem: “Tão dizendo que Chico errou? Pois bem, Kardec também errou.”

           Vamos considerar a palavra “erro” como de duas acepções: a primeira como sendo o “não acerto” e a segunda como sendo o “erro consciente”. O “não acerto” nasce da crença num habito, na filosofia e conhecimentos e na cultura de uma época, tida como certo até então e o “erro consciente” não nasce nem de um habito, nem é cultural ou filosófico. É chamado consciente por que a pessoa de certa forma sabe que está errando, pois carece de justificativas para crer que o erro seria um acerto, quer histórica, quer cultura ou filosoficamente. Ou seja, não se tem cuidados mínimos necessários para se evitar o erro, no caso uma informação errada. O único cuidado que se tem no “erro consciente” é ver que ele atenda a fé de quem o emita e de quem o receberá, não guardando nenhuma preocupação em que a informação seja verdadeira.

           E Kardec? Ele errou? Em algum ponto? Eu estaria errando se dissesse que Kardec não errou. Erros do tipo do “não acerto”, pois Kardec também era um homem de sua época e embora fosse o bom senso encarnado e passasse tudo pelo crivo da razão, o Codificador tinha como parâmetros a ciência e a cultura de sua época e convenhamos, não podia ser diferente. A ciência e os próprios hábitos culturais vão se transformando com os séculos e o próprio Kardec nunca quis que suas idéias pessoais fossem tomadas como posições doutrinarias e nunca desejou que a própria doutrina fosse infalível pois Kardec sempre deixou claro que onde a CIÊNCIA avançar, o Espiritismo deve acompanhar ou seja, se a ciência provar que o Espiritismo errou em algum ponto, a doutrina se reajustará para andar lado a lado com a ciência.
          Se julgássemos que Kardec jamais errara estaríamos sendo tão místicos quanto os místicos que não admitem a menor possibilidade de erro em Chico Xavier ou mesmo em um de seus guias, Emmanuel ou André Luiz. Mas, infelizmente há ortodoxos que agem misticamente em relação ao que chamaremos de perfectibilidade de Kardec e místicos que se comportam de maneira, digamos, ortodoxa, quando se trata de defender Chico, a quem vêem de maneira imaculada e isenta de erros. E ambas as correntes sabem que perfeito so Deus, mas mesmo assim, como fã-clubes, julgam que seus ídolos jamais desafinaram.
          Mas, vejamos alguns pontos apontados como erros de Kardec e se esses erros trazem comprometimento para o entendimento da doutrina:
  1. Teoria da Geração Espontânea
Kardec toca no problema da "geração espontânea", que era a "coqueluche" dos sábios da época, pelo menos na área biológica. A interrogação que se faziam os biólogos era : como surgira o primeiro ser vivo, sem o concurso dos "gens" paterno e materno? Em  outras palavras: era possível advir-se a Vida sem pai nem mãe?

Duas correntes existiam para explicar: uma, partidária da geração espontâneas afirmando que sim. A outra, defendendo a teoria de uma união de materiais inorgânicos inicialmente, e posterior descendência obrigatória desse ser vivo pré-existente.

Embora incompleta, esta última teoria e a mais correta. No entanto, Kardec, neste ponto, apóia a primeira teoria, embora o faça veladamente, mas de uma maneira plenamente perceptível. São suas as afirmações:

"Se o musgo, o líquen, o zoófito, os infusórios, os vermes intestinais podem se produzir por geração espontânea, por que o mesmo não seria possível com as árvores, os peixes, cães e cavalos?"

Naturalmente como homem de ciência que era, e plenamente consciente de que poderia estar incorrendo em erro, deixou em aberto a questão, mas não sugeriu uma segunda hipótese, o que vem confirmar a sua simpatia pela teoria da geração espontânea. Isso fica bem claro na afirmação de Kardec no final dessa parte:

"A teoria da geração espontânea é uma hipótese não definitiva, mas provável, e que um dia talvez venha a ocupar par lugar entre as verdades reconhecidas. "

Acontece que não ocupou. A teoria da geração espontânea, bem como a do "princípio vital", caíram por terra muito mais cedo do que se esperava. Pasteur, em 1860, dois anos após a publicação de "A Gênese", provou estarem essas teorias em desacordo com a Ciência.

  1. Teoria da Beleza
Esta é uma questão que tem vindo à baila no movimento espírita, em função de alguns textos de Allan Kardec acerca da raça negra, contidos na Revista Espírita (RE) e em Obras Póstumas.

Na RE de abril de 1862, no texto intitulado “Frenologia Espiritualista e Espírita _ Perfectibilidade da Raça Negra”, Kardec procura relacionar o Espiritismo com a Frenologia, segundo uma interpretação espiritualista dessa antiga ciência.

No tempo do fundador do Espiritismo, a Frenologia era uma ciência que estava em voga e consistia no estudo das faculdades humanas a partir da configuração craniana.

Desenvolvida pelo médico e anatomista alemão Franz Josef Gall (1758-1828), chegou a causar uma certa polêmica nos meios acadêmicos da época.

Apesar dessa ciência ser hoje totalmente ultrapassada, interessa-nos algumas conclusões do fundador do Espiritismo.

Nesse texto, Kardec procura demonstrar que a raça negra é inferior pelo fato dela abrigar Espíritos imperfeitos, considerando a supremacia do espírito sobre o corpo. Já os frenologistas, interpretavam essa inferioridade pela ótica do materialismo, descartando a idéia da alma.

Kardec traça uma correlação entre o espírito e o corpo, concluindo que a raça negra, enquanto etnia, jamais atingiria os níveis de perfeição moral das raças caucásicas. Por sua vez, os Espíritos encarnados na raça negra poderiam chegar, segundo ele, ao mesmo nível da caucásica, devido à Lei de Progresso.

Pela argumentação de Kardec, nota-se que ele era adepto do Eurocentrismo, ideologia sectária que predominou no século 19, na Europa, e que considerava a cultura européia como a mais evoluída. E, conseqüentemente, numa correlação étnica, a raça branca caucasiana seria a raça mais evoluída, superior à negra e à amarela.

Essa colocação torna-se mais evidente na “Teoria da Beleza”, contida em Obras Póstumas, onde Kardec procura formular uma teoria estética que se caracterizaria pela configuração de um ideal de beleza em conformidade com a Lei de Progresso, aplicada no nível da evolução material. Ele se apoia em um texto de Charles Richard, desconhecido pesquisador inglês, intitulado “As Revoluções Inevitáveis no Globo e na Humanidade”, que aborda a tese da perfectibilidade, da evolução formal da raça humana e de sua beleza fisionômica. Richard cita exemplos comparativos de fisionomias de personalidades conhecidas da história da humanidade, como Júlio César, Brútus, Cícero, Lívia, a filha de Agripina, Messalina, etc. e analisa a fealdade do homem primitivo, até a relativa beleza do homem moderno.

Aproveitando a contribuição de Richard, Kardec parte do princípio da influência do Espírito sobre o corpo, influência intelecto-moral, que se expressa no formato da matéria corporal. Segundo ele, na medida em que o Espírito evolui, a matéria vai sofrendo as conseqüências dessa evolução, de modo que possa se adaptar e se adequar, conformando-se ao estágio evolutivo do Espírito encarnado. Daí Kardec concluir que o ideal de beleza seria o dos Espíritos mais elevados, dos Espíritos puros.

Quanto à raça negra _ e é esse o aspecto que nos chama mais a atenção _ Kardec a considera primitiva, imperfeita, feia e anti-estética. Muito aquém de um ideal absoluto de beleza.

Na opinião abalisada do fundador do Espiritismo, sob a ótica da beleza corporal, os brancos são mais belos e superiores ao negro, cujos “traços grosseiros, os lábios grossos, acusam a materialidade dos instintos. Podem perfeitamente exprimir as paixões violentas, mas não se prestariam às nuanças delicadas do sentimento e à suavidade de um Espírito evoluído.” E conclui: “eis porque podemos, sem fatuidade, julgarmo-nos mais belos que o negro e o hotentote.”

Bastariam esses dois textos para colocar Kardec em situação delicada perante o movimento negro. Todavia, ele era um homem de seu tempo e sujeito também às injunções culturais, ao sistema de valores de sua época. Cabe lembrar ainda que as teses arianistas do conde Gobineau, citadas no início, lhe são contemporâneas.

Allan Kardec tinha posições bem reacionárias em relação à mulher, ao socialismo e no caso em questão, ao negro, como se pode observar em seus escritos na Revista Espírita. Todo homem é prisioneiro de sua época, e por mais larga a visão que possua, sempre pode-se notar elementos datados em suas ações e reflexões. O fundador do Espiritismo não passou incólume a essa regra. Antes dele, na França, já havia a Sociedade de Amigos do Negro, sendo o líder revolucionário Robespierre (1758-1794), seu conterrâneo, um dos expoentes na luta contra o racismo, a discriminação racial e o tráfico de escravos. Esse aspecto da luta humanista dos iluministas, assim como determinadas reflexões sobre a questão do racismo _ bem explícitas na obra de Jean Jacques Rousseau _ infelizmente não foram incorporadas por Kardec, mesmo tendo sido ele muito influenciado pelas teses iluministas.

Mesmo partindo de um sentido estético duvidoso, para desembocar numa conclusão ética da tipologia do negro, enquanto biotipo supostamente inferior ao branco, isso não significa, de modo algum, que Kardec fosse racista. Isso seria contrário aos seus princípios éticos e humanistas bem manifestos na sua produção intelectual.

O negro do século 19 não é igual ao negro de hoje, pois com o advento da civilização e da urbanização das cidades, os negros africanos e de outros países convivem em grupos sociais aptos para a encarnação de Espíritos de maior porte intelectual, em função das leis de afinidade que regem o processo palingenésico.

Há de se considerar ainda que, no século passado, o conhecimento dos europeus sobre a cultura africana era escasso. Sociedades africanas de características totêmicas coexistiam nessa época, com culturas alhures bem organizadas, com uma forma notável de organização estatal, com rei, ministros, militares e funcionários. O negro não era tão primitivo assim como pensava Allan Kardec.

A visão kardequiana do negro tem de ser considerada segundo o contexto histórico em que foi formulada. Seria incorreto, insistimos, sob o ponto de vista espírita, rotular Allan Kardec de racista, pura e simplesmente. Essa palavra possui uma carga semântica muito forte, inadequada para definir suas posições. Seria o mesmo que taxá-lo de machista, devido a suas posições em relação à mulher ou de direitista e ultra-reacionário, pelas posições contrárias ao socialismo e ao movimento proletário francês.

Todavia, não dá para “dourar a pílula” e ser condescendente com o fundador do Espiritismo. Ele manifestou, explicitamente, um preconceito em relação ao negro. Longe de ser racista, podemos afirmar que ele foi preconceituoso para com essa etnia. Mas, por outro lado, não há nenhum indício de que ele tenha discriminado algum indivíduo ou grupo de origem negra, seja no movimento espírita ou fora dele.

Há, é claro, uma certa dificuldade teórica em separar racismo de preconceito racial e discriminação racial. A princípio, o preconceito e a discriminação raciais seriam uma decorrência do racismo enquanto ideologia e sistema de pensamento. No entanto, há de se considerar ainda a brutal diferença entre o comportamento de um membro da seita racista norte-americana Ku-Klux-Klan e o de um homem comum debochado que gosta de contar piadas de negro. Um punk skinhead é capaz de espancar e matar um homem apenas por ser negro ou judeu, enquanto o outro, em função da cultura de tonalidade racista do qual é subproduto, não passaria da piadinha jocosa e cheia de preconceito. Apesar da atitude preconceituosa de Kardec em relação ao negro, fruto do contexto em que viveu, sua obra sai ilesa de todas as críticas no sentido ético, de discriminação e preconceito a determinada etnia.

  1. Vida em Marte
Vejamos agora uma revelação que não revelou absolutamente nada, quer por Kardec quer por Chico: a vida em Marte.


Para a ciência tradicional, não foi descoberta vida em Marte, pelas sondas enviadas aquele planeta, mas Kardec dissera ou melhor comenta o que os espíritos lhe transmitiram:
- “De acordo com o ensinamento dos Espíritos, de todos os globos que compõem o nosso sistema planetário, a Terra é onde os habitantes são menos avançados, tanto física como moralmente. Marte lhe seria ainda inferior..."
Já para Chico Xavier, no livro Cartas de Uma Morta, escrito por sua mãe desencarnada, afirma:
- “Todavia, o que mais me admirou não foram as expressões físicas deste planeta, tão adiantado em comparação com o vosso. Nele a sociedade está constituída de tal forma, que as guerras ou os flagelos seriam fenômenos jamais previstos ou suspeitados. A vibração de paz e de harmonia que ali se experimenta irradia aos corações felicidades nunca sonhadas na Terra. A mais profunda espiritualidade caracteriza essa humanidade, rica de amor fraterno e respeito ao Criador”.


Poderão dizer que como os satélites não registraram sinal de vida em Marte, é por que Marte tem formas de vida inferiores as da Terra, dando razão a Kardec. Porém, sejamos justos, a mesma justificativa eles usam em defesa de Chico, afinal Chico poderia estar se referindo a uma colônia espiritual marciana, não captavel por satélites materiais. O que importa no caso em tela é que os dois, Kardec e Chico, discordam (de novo): um diz que Marte é inferior e outro diz que Marte é superior. Ora, esteja quem estiver com a razão,o que importa é que um – e apenas um dos dois – estava certo sobre isso, mas os dois erraram ao abordar questão tão sem importância.
  1. Casa de Mozart Em Júpiter
Kardec, na Revista Espírita, no caso a de 1858, que eram todas onde se escreviam ensaios, estudos psicológicos até que esses ensaios pudessem enfim ser publicados, também cedia espaço para que outros membros fizessem esses ensaios e foi assim com a médium Victorien Sardou que psicografou o desenho da casa de Mozart em Júpiter pela entidade Palissy.


Júpiter seria um planeta muito acima, espiritualmente falando, do estágio em que a Terra estava e Mozart, vivendo em Júpiter, seria um espírito em melhores condições do que os que aqui ficaram, afinal vivia em um mundo superior. Só que a casa desenhada por Palissy, era um casa que lembrava em muito o estilo rococó do atrasado planeta Terra do século 19, com notas musicais na porta, nas janelas, nas grades... ou seja, lembranças materiais das quais um espírito superior vivendo em um mundo superior (e Júpiter é gasoso, quase um sol) verdadeiramente não precisa.


E até hoje, alguns “espiritas” que não lêem a Revista Espírita como revista onde se publicam ENSAIOS, se aproveitam desse descuido de Kardec e tentam justificar a existência de colônias como Nosso Lar, que assim como a casa de Mozart, nunca existiram.
  1. As Previsões de Kardec
O ano era 1863 e Allan Kardec fez um estudo sobre a marcha do Espiritismo no mundo, publicando na Revista Espírita sua visão sobre a evolução do pensamento espírita e de sua influencia no mundo.


Falou dos períodos ocorridos até então (períodos da CURIOSIDADE, o FILOSOFICO, o da LUTA) e os que aconteceriam, ou esperava que acontecessem (os períodos RELIGIOSO, INTERMEDIÁRIO e o da RENOVAÇÃO SOCIAL).

O foco do Período da Curiosidade, segundo Kardec, foram as mesas girantes, ou seja, os fenômenos mediúnicos. O interesse gerado pelo fenômeno, estimulou a pesquisa e a observação, fazendo surgir os primeiros estudos.

Em 1857, Kardec publica O Livro dos Espíritos, o marco inicial do Período Filosófico. O foco passa a ser a filosofia, o conhecimento revelado pelo mundo espiritual e deduzido pela observação humana. 

E o período da Luta foi o último vivenciado por Kardec, que teve seu marco com o Auto de Fé de Barcelona, além do Espiritismo ter sofrido vários ataques. Esses 3 períodos foram vividos pelo Codificador.

Para Kardec, o ultimo período, ainda nao ocorrido, seria o da RENOVAÇAO SOCIAL, que segundo ele abriria o século XX, e nessa época, dizia ele, todos os obstáculos à nova ordem de coisas queridas por Deus, teriam desaparecido.

Teria Kardec sido otimista demais em sua visão acerca do futuro do Espiritismo, pois já estamos no século XXI e não houve renovação? Pelo contrario, parece ter havido uma retroação.

Kardec teria “previsto” que o Espiritismo passaria por um período RELIGIOSO e esse período RELIGIOSO é a onda de misticismo que vemos grassar no movimento atual? Se for, esse nós no espiritismo vamos acabar com esse período ou vamos deixar a perpetuidade nesse período acabar com o espiritismo?


E o que seria esse período INTERMEDIARIO, do qual Kardec falou, mas não detalhou? Só disse que o INTERMEDIARIO seria conseqüência do período anterior (RELIGIOSO)?
  
Assim, chegamos a resposta. Kardec errou? Decerto. Era humano, não divino, não Deus. Era um  homem de seu tempo, a frente do mesmo, mas não quereríamos um homem que previsse o século 30, mas que mesmo cometendo alguns erros, acertou no essencial. Nós, espiritas, quer ortodoxos quer místicos é que continuamos errando e errando no essencial, e achamos que estamos fazendo muito, quando na verdade estamos fazendo é nada.

2 comentários:

  1. Excelete reflexõa.
    Este é o tipo de assunto que deveria fazer parte dos estudos das sociedades espiritas, que ficam patinando na evangelização.
    Não precisamos de evangelização, precisamos de racionalização, para perceber racionalmente que ser justo bom e correto é muito mais prudente que ser deshonesto e corrupto.

    Parbéns!

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    1. Não é porque Marte em possuindo vida bacteriana que kardec tem razão em dizer que Marte é inferior a Terra. Não foi nesse sentido que Kardec se expressou na Q. 188 que é muito longa e muitos só conhecem o resumo dessa questão.
      Mozart não é Espírito Superior coisa nenhuma.
      Numa de suas mensagens ele diz isso claramente, mesmo assim, aquele que conhece todas as mensagens de Mozart e também o capírtulo Mundos Transitórios, vai perceber que as informações desse espírito mediano constam lá de forma quase integral, sem nada a alterar das Revistas Espíritas, enquanto os crédulos cogitam algo vindo de Espíritos Superiores.
      Aliás as Revistas Espíritas é um outro assunto mal compreendido. OLE de 1857 de nada serve, servimos-nos da segunda edição de março de 1860 e mais exatamente a 22.a edição sempre com novas atualizações de e notas de Kardec.
      Em janeiro de 1858 Kardec criou o Jornal de Estudos Psicológicos. As RE's antecedem assim OLE que conhecemos e foi através das revistas que o Espiritismo se tornou uma ferramenta de troca de informações por onde Kardec sita perto de mil centros espalhados pelo mundo. Isso só foi possível com a criação da Revista Espírita que foi o meio pelo qual o Espiritismo pode fazer comparações, aceitar ou refutar qualquer ensino dos Espíritos. É um campo de ensaio, sem dúvida, mas todo assunto que não recebeu o aval da concordância está bem esclarecido em notas de Kardec.
      Tanto a Gênese quanto o ESE tem seu conteúdo extraido das Revistas.
      Assim, dizer que um assunto tratado nas RE's não serve como embasamento, não tem o menor sentido para os estudiosos do Espiritismo.

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