quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Chico Xavier ou Chico Buarque?











Eu responderia Chico Buarque, por ele ter, em suas músicas, principalmente nos anos da ditadura, ter “psicografado” a mensagem da alma de todo um povo que, embora estivesse ainda vivo, não tinha mais voz, era um povo que vivia na morte e morria na vida. E Chico, o Buarque, soube reproduzir o anseio preso nas gargantas dos emudecidos espíritos encarnados de então, de modo que os espíritos encarnados de então não se somassem aos espíritos desencarnados pela ditadura.


Buarque não psicografou os “mortos”, não falou como é “bonito” morrer pela pátria, mas sim de como se deve viver pelo país, com dignidade, sem abaixar a cabeça, respeitando, mas sabendo exigir respeito daqueles a quem Chico, o Xavier, chamava polianamente de “...homens dignos que presidem os governos, cooperando de nossa parte, tanto quanto possível, para que as leis desses mesmos governos sejam executadas”, pois o “espiritismo nos pede paciência para esperar os processos da evolução e as realizações.”

Chico Buarque não esperou, quis realizar e exilado em planos do além-mar, continuou a “psicografar” os anseios do povo e escreveu numa Roda-Viva (leia o título de trás para frente e veja A viva doR, que ele denuncia), a carta para um Caro Amigo em que ele dizia que a coisa aqui tava preta e pediu em outra “psicografia” panfletariamente que a ditadura “Cálice” e assim, fez a Construção de uma indignação justa, muito justa, justíssima e hoje, como ele previu, é outro dia, pois Apesar de Você (ditadura, Médici em particular), o amanhã nasceria e seria um “outro dia” e foi, bem melhor. Não digo que graças a Chico, o Buarque, mas a todos que não se conformaram, inclusive ele, com os desmandos da ditadura

4 comentários:

  1. Maravilhoso! Pena que Chico (o Buarque) parou de psicografar... Parece que depois da ditadura ele perdeu a mediunidade. Graça Cabral.

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  2. Brilhante texto. Concordo plenamente.

    Vejo muito mais lições espíritas nas músicas de Buarque do que nos livros "psicografados" por Xavier. E nem é preciso pensar muito para perceber isto. É só comparar com o que Kardec escreveu.

    Aliás, Kardec estaria do lado de Buarque, não de Xavier.

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  3. Que besteira! Quanta bobagem! Comparação desnecesária e sem fundamento. Dois grandes homens. Brasileiros maravilhosos. Sinceramente qual o significado de tal comparação?

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  4. Antonieta Mercês diz:
    Gostei do texto que nos faz refletir e sentir saudades das "produções artísticas", desses dois grandes brasileiros que souberam proclamar: a voz do povo!

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