quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Você É Compatível Com o Espiritismo?

Compatibilidade vem a ser a concordância com algo, não uma mera simpatia. Há simpatizantes do espiritismo, mas seriam esses simpatizantes, espíritas? Vejamos o que caracteriza um espírita.

Seria a caridade? Bom, se fosse a caridade, Madre Teresa de Calcutá poderia se dizer espírita, mas nem mesmo simpatizante ela era, pois não acreditava em reencarnação, entre outros postulados espíritas.

Seria a mediunidade? Então, vários personagens católicos, que produziram fenômenos mediúnicos, tais quais Antonio de Pádua, Afonso de Liguori, Teresa D’avila e outros se diriam espíritas. Só que não obstante eles serem de épocas anteriores a codificação da doutrina espírita, eles atribuíam os fenômenos a milagres, que para o Espiritismo inexistem e sequer cogitavam da palavra “mediunidade”.

Do mesmo modo a crença em princípios como a reencarnação, não basta para dizer que alguém seja espírita, pois os budistas também crêem nela e não se auto-proclamam espíritas.

Mas, então por que tanta gente se diz espírita?

Eu diria que se dizem, mas não são. São apenas simpatizantes. Do mesmo modo que há católicos praticantes e os chamados católicos não-praticantes, ou seja, aqueles que seguem as tradições da igreja, certas ou erradas e aqueles que apenas se dizem católicos, quer por simpatia, quer por comodismo, quer por antigamente se dizer “católico” era status.

Da mesma forma há os espíritas e os simpatizantes; aqueles que estudam a doutrina, que a divulgam corretamente e os que nunca ou pouco leram a base doutrinaria, mas se dizem espíritas, mesmo assim. Mas, só por se dizerem, significa que são? Afinal, espiritismo hoje, é sinal de status, mas vai perguntar ao “espírita” algo sobre a doutrina para ver se ele sustenta um diálogo. Um espírita saberia o que dizer, um “espírita” não saberia.



Também há o fato que muitos chegam nos Centros Espíritas para ouvir o palestrante, buscando alivio para algo que o aflige, geralmente a perda de alguém. Não haveria nada de mal nisso, afinal seria um modo de começar na doutrina, mas desses há os que ouvida a palestra não retornam; há aqueles que retornam e ficam “patinando no mesmo lugar”, ou seja, são “telespectadores” de palestras e uma minoria se dedica realmente a estudar a doutrina.

E os que retornam para ficarem apenas escutando as palestras e após as mesmas, tomando passes, pegando a garrafinha de água fluidificada e as receitas mediúnicas com remédios de homeopatia (nos centros onde existam o receituário mediúnico), se dizem espíritas apesar de isso tudo relacionado não constar na codificação.

E se tornaram “espíritas” pelo sistema consagrado (por quem?) de “uns vem pela dor e outros vêm pelo amor bater na porta da doutrina”. Ué? E aqueles que se tornam espíritas, que “vão bater na porta da doutrina”, levados pela sede do saber, pela razão? Esqueceram destes?

Sem entrar no mérito da pessoa, há os que sabem muito sobre a vida e obra de Chico, inclusive o que ele comia, a que horas ele ia ao banheiro, quantos banhos tomava por dia, mas esses mesmos “espíritas” não sabem responder as questões mais básicas codificada por Kardec ou sequer a data de publicação do Livro dos Espíritos, por exemplo. Não duvido nada que para eles, o espiritismo haja sido codificado por Chico, pois só falam em Chico, só respiram Chico, só Chico e em muitos casos, 24 horas por dia, principalmente em comunidades “espíritas” orkutianas.



Isso tudo me lembra de um estudo o  termo "Leito de Procusto" da mitologia grega. Procusto era um bandido que vivia em uma floresta e ele tinha uma imensa cama. Todos os que passavam pela floresta eram presos e colocados por ele em sua cama. Dos que eram muito grande, Procusto cortava os pés e dos que eram muito pequeno, Procusto os esticavam. A tamanho da cama era o padrão utilizado por Procusto.

Assim tem sido feito, pois dependendo do padrão (conhecimento e crenças) daqueles que entram em contato com o espiritismo, sem o estudo adequado, acabam ou mutilando a doutrina espírita ou esticando-a para que ela possa se adequar a um padrão pré-estabelecido.

Mas o estudo adequado que citei acima não é ter as obras básicas como um neopentecostal tem o evangelho, ou seja, como uma revelação divina, uma verdade suprema. É preciso raciocinar, questionar, debater, contradizer, buscar na razão a compreensão do conhecimento trazido. Não basta decorar todas as questões do OLE é preciso compreendê-las para usá-las no dia a dia, na fila do banco, na briga com o vizinho, etc...



Enfim, só se é  compatível com o Espiritismo, quando se compreende, desenvolve e pratica o Espiritismo sem as máscaras do pedantismo "intelectualoide" ou da "falsa caridade" e dos "bom dia, irmão", pois ambos nao acrescentam nada. 

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